7 de out. de 2011

sobreloja


As lágrimas canalizadas
pressionaram a pele, e enfim desceram
Impressionaram os homens
ungiram ,por instantes, os novos.

Secaram. É assim que ocorre
e evaporada toda a dor
a plateia se levanta
muda, de sinais

Crescem os pequenos
e se apodrecem;
secam-se também os homens
e se veem outros, vistos nos olhos
ou pelos ossos
nas mesmas gotas do tal soluço

Repete-se a cena cômica, desconjuntada:
um lago de surpresa erguido
por debaixo dos estreantes cílios
a tentar reprimir de novo

Mas o que se larga é de vez um brado
que se ouve
a dançar sem os gritos
Como soco no peito, de estrondo abafado
transcorre pelas janelas turvas
em bendito gemido, socorro aflito

O sal recobre a pele.
A água é quem sempre vence, ‘fisicamente’;
que como o bem,
nos filmes de infância ou vida santa
se derrama natural em glória.

Se erguendo o rosto, em ipê forte
da maneira rebaixada, nos exitados olhos corrompidos
que a dor e o mundo desenham marcas
ou da boca perplexa ainda, de voz fraca
percorre em rima, a rouquidão da casca
a franqueza bruta d'alma, inata.

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