30 de mai. de 2013

Feriado



Feriado


I Viagem

A tempestade chegou
é sinal que Outono já está por ir
Por um fio, todos os bem-sucedidos
ou mais ou menos
que vão ser sucedidos por outros mais,
no más do tempo
tentam fugir dessa cidade.
O tráfego vai mal como sempre
só que agora com mais dois adversários
A Praga da chuva,
dos limpos imundos
e a praga – como se fosse maior
mágoa pelas águas embora –
a Praga da saudade de ir para um canto
desconhecido... O desconhecido sempre das praias, das montanhas mirradas sem ouro,
que já derreteu-se todo
e sem neve, que nunca haviam tido. Falácia-férias.
Não é possível nem mais detectar os sorrisos de fuga de nossos antepassados,
nada
O escape ahora é lento, e demasiado com horas feitas,
à noite, na estrada que dá para o Litoral
como tantas.
Fogem como se soubessem,
que apesar da chuva cidadã que vaga,
vagabundeia e cai
sem pressa,
não haverá nada no amanhã apesar das viradas de tempo.
Todos somos homens do tempo,
e a comunicação é imprecisa em S. Paulo de Piratininga;
Não se conhece mais os inimigos, podem estar por toda a parte...
à classe C
de quem sou parte no tempo pelo nascimento
e pela época do meu país
que o dinheiro mundano sadicamente expatriou
e carimbou como nação do rebolado,
resta à classe o sexo com a esposa à noite
como se fosse o primeiro suspiro de quem nasce – não tenho
esposa, não tenho noite,
não tenho chuva.
Chovo.
Quero fugir disso! Disso o que digo é o
de se ter o gosto da língua para se limpar
e limpar-se todos os dias,
e depois de se dar o último suspiro
como muitos darão nessa mesma noite
de se começar a contar no tempo os vossos próximos desesperos...
São mulheres e homens do tempo também
na angústia infalível de serem Brasil.
Mas não vou abandonar ela
São Paulo de Piratininga é a minha mulher
onde respiro e não me calo
enorme calo,
ao contrário das outras
sempre molhada.
A falta de cocaína me deixa assim,
mas nessa chuva, nesse feriado
até meu parceiro some.
A boca tranca e não como nada …
sou Piratininga, peixe seco no asfalto …
E a viagem vai terminando
O ônibus quase lá, bem aqui
à minha fuga
o lugar de Arte
sem arte alguma, sendo todo esse poema escrito ao vivo do meu sentimento
que posso dizer da paranoia minha, menos do que queria
e menos do que meu cérebro, pensamento de garoa fica, nesse feriado.

II Desembarque

Que posso eu contar pras antenas do horizonte, quando desembarco ?
Que eu gostaria de ser duro como essas nuvens agora,
nas vistas parceladas do céu plano
das coloridas fontes piscantes da Doutor Arnaldo,
a exatos 19, x Kilômetros de mim;
aquelas tentações elétricas que prometi nunca ver com calma
antes de nascer ali mesmo
naquela velha Doutor Arnaldo...
Mas eu chovo
chovo
contrariado (e repetido)
a levar para a cama – coma -
Com desejo e sem alma
todas essas minhas alucinações.

Agora si. Durma- se
Portão fechado. Feriado.

30 - 05 – 2013
0h 25 min.


26 de mai. de 2013

Encontro de Décio Pignatari e Chico Science no Céu

Encontro de Décio Pignatari e Chico Science no Céu

A
mor

de

muito



juros

jura



juracy

moacy

Jura

de
mor
A
a
desfrutar

péde
amora

sem se
no sense

arre pen
der
se


no balanço

Amor
eira

beira
neném juízo

na U

topia

de seja
noite

até

dedia

ar
de

Amor-te

ia

mor de

muito

Ser
pente

venenosa
sem cabelos

des

lisa

chapinha
chapada

exceto púbis
raíz pecado

doce fruto
to comer

demais

Amoras

A

morde muito
T
T
da

Bêbaba

é a humanidade

dependurada
no

Bar
cobra
t
em meia's
for me gas

juro sem mora
meramente
T
te
jura.



25 de mai. de 2013


Vendas




Os mesmos olhos que leram a Rosa de Hiroshima
que lançaram cuidado ao dano do filho na fralda
e acertaram o letreiro do ônibus para este Caminho
pousam sobre o anúncio frágil e amigo,
agora,sem resistência,
meio dilatados
Ocidente, Oriente
pra decidir
se entre 12 ou 18x
iguais


22 de mai. de 2013





Homens...................

guiando máquinas..

guiando homens ...

guiando máquinas ….

ad hominem ….....................


meu celular toca
apertam máquinas
o meu coração
minha mente
desparafusada
lembra do corpo que deixei em mãos erradas
mais moço, no forno da minha agonia, filtros
tubos de edição de imagem.

E para acomodar o esporro
veem logo os martelos a conter a ordem
prego
prego
prego,
ou com doçura, alicate
oficiais de polícia, pastor e padre
Todos os nomes escritos
ahora prensados no sagrado In design
dão fluido ao grosso sangue da minhalma
elaborada com cuidado e sem demora na rinha comportada de Henry Ford …..

O meu desejo é automático...
não me recordo do que detesto
Zero, uno, uno, zero, é meu sexo
e meu sêmen vem em lata
sem calda...
Para que nos imprimamos, incestuosamente, um filho,
que chamaremos de Lex Gummo

ele governará o mundo a partir de um helicóptero, um satélite invertido
que o mundo ilustre, observe e obedeça. …..............
…..
vai, filho nosso
venerado pelas garotas incontidas de formol e kevlar russo
púbis sem fios nehuns
em quem ele passará lhes o plástico
e transmitirá, cabo macho, o meu wi-fi
por toda via láctea
a minha memória cache …......
e serão
os meus, nossos herdeiros, homens...

extensão dos meus domínios
dos quais se serviram os

homens....

guiando máquinas...

guiando homens...

guiando máquinas...

meu telefone celular toca
apertam-se as máquinas,
o meu coração-
A minha mente salta,
desparafusada-
lembra-se de que podes
ter sido esmagada,
contra todas as máquinas de amor,
por um Jatobá podre, caminhando numa calçada de pedra.






21 de mai. de 2013

Branca





Branca
nata
água
irregular
vapor
se foi, e o choro congelou

Um floco de neve
no meio da cidade.
hei de admirá-la

antes que derreta.
E a essa obsessão dou
leve e farto nome de
sublimação minha
e terno é

ver derretida
frente a mim

Branca
nata
água.........
….............................................
inexata
ouvinte de Wagner
e a tempestade ser
ruidosamente quando me calo da tua necessidade e vejo verde blusa,
como um brasileiro no Natal.
Branca,
já para a cozinha!
Acabou o carnaval
a personagem nem é essa
mas preciso Emburrecer
para ser menos cativo de ti:
Branca
anca
pescoço e carne,
isso não se faz à tarde, como rima de papel;
só de noite faz fazer o tão mal,
quando se vai sozinho no médio
e se enlouquece tranquilo....
Sempre cai um floco
e eu sou aquele boneco,
daquela história,
de tudo branco pelo chão e pensamento
e encontra sua preta bailarina de sonho,
preta-nada, mas preta porque é de sonho, a sua neve
a sua insônia, conto infantil
….............................. antes de tudo.... co'umtraste........................
Branca
migaminha. outono ainda
….......................................................................................................!







Mãos

Como aquele deus sentado no tempo
com os olhos cientes em maravilha que já não haviam vidros o bastante
pra se deixar a luz do ilustre brilho de si mesmo
avante, braça avante
cair de contento
e caçou outra, silenciosa e obscura
e as mãos dadas douradas flechas
quatro mãos dadas...
observou assim quando quis este teu braço comigo ser
e salgou à semente sua inveja nódoa
e sendo apenas gente improvável de fundir gravete e tez manca
fez entre os homens merecer teu circo amplo:
Nossa relação é sempre de mão dupla
apesar de você sempre achar
que sou só uma mão na sua
rua
ladeira sem apego
em que vais se embora
e desce
mas a mão tua em mim é o medo
já que sinto-me
vendo-as saindo também
tu e ela, como moças independentes, uma alma minha em cada dedo
Esconda-me do céu para que não me queime aos olhos o sol
e eu possa sombreado passear meu tato em ti
de novo
e não me deixe que eu me sonde e descuide me vendo
indo ao encontro
procurando esconder nas suas entranhas os meus erros discretos
os meus desapontamentos
pra que robusta seja a voz que se falha ao gesto
e talvez um pouco de dor
invejosa e ressentida,
pra que te lembres que me dói tanto
tatua...
Se não pretendo que estejam dadas
e nunca serão
por que tem tu nelas as marcas de pele menos escura
e debaixo das unhas pedaços do homem que tem as mãos finas nas mãos suas, essência mais crua
Segue, segue o meu destino rei à palma
do abandono das líneas que formam um desenho de dois corpos,
ás de espadas :
estamos lutando nele;
você caída
verticulada e infinita
como um ponto,
e eu girando em volta, como satélite do nada.
Sei que fica estranho quando se alonga e se depende
mas que importa quão eventualmente se rima
mão com mão
conheças que eu as preferia atadas
ao vento ou
pela cidade, ou como ilegal escondido em um quarto sem tampa
e as janelas
como o frio do seu não retorno é o único eterno, porém,
me afunda o não, quando torna segurar a blusa,
sinto que devo com vergonha enfaixá-la em bandeira rosa
e esconder meu amor no bolso.
Tive de esticar os pés para fazer parar o táxi.
E Shiva sorriu nesse dia, com o trem do vão do engano dos homens.


 



Estão tão frios
que o peixe se atrelou à rede sem fio
e aplaudiram ele.
Aderiu sem dor ao abate
que os veganos bobos
até largaram a frigidez dos óleos
das panelas feitas com aço no lombo dos malas
e o petróleo que firmaram os cabos escuros
de dor e de raiva
que infestaram, para fazer-se seu um grama de traço
muitos outros peixes noturnos, ocultos,
que não morreram,
juram que não,
pois não se viu morrer
pois a terra só devora
aquilo que os olhos choram;
Estamos todos fritos
Haverá wi-fi para hipocrisia?
Estão tão frios
que sem tantos fios
é inerte o saber
um raio de peixe elétrico atravessou o Pinheiros
dando nele de volta aspecto de rio.
em terras modernas, ser elétrico arde
como o sol sem usar os filtros.
Dos peixes, das Redes, de perfil.


19 de mai. de 2013

(S)ertamente




Sertamente

Estas certas pessoas
parecem estar
presas
por cabos de aço
ligados ao puro do céu;
assim, trape-
-zistas seguros
do amor e do nexo
quaisquer erros
fingem que
pendem

e quase caem
nos eventos com data marcada
nas mulheres com tarja,
no casamento,
tarjas nas bocas do ébrio
e sob as esculturas
bem explicadas do não saber
o major do sério ditando cada curva

onde esta obra toda contorcida está levando
um mundo que não conhecem
porque estas pessoas certas
parecem estar ligadas
por cabos de aço
ligados ao brilho do céu –
cabos do acaso
não mandam nelas
são pessoas certas,
afinal.


Variação I

Estas certas pessoas
parecem estar
presas
por cabos de aço
ligados ao puro do céu;
assim, trapezistas seguros
do amor e do nexo e,
quaisquer erros
fingem que
pendem
e quase caem
nos eventos com data marcada
nas mulheres com tarja,
no casamento,
tarjas nas bocas dos ébrios
e sob as esculturas
bem explicadas do não saber além
do major do sério ditando cada curva

onde esta obra toda contorcida está levando
um mundo que não conhecem soltas;
porque estas pessoas certas
parecem estar ligadas
por cabos de aço
ligados ao brilho do céu;
cabos do acaso
não mandam nelas
são pessoas certas,
afinal.

Variação II

Estas certas pessoas
parecem estar
presas
por cabos de aço
ligados ao puro do céu;
assim, trapezistas seguros
do amor e do nexo
quaisquer erros
fingem que
pendem
e quase caem:
cabos de acaso
não mandam nelas,
são as pessoas certas,
afinal.


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