17 de out. de 2011

Fazer o que?


É um pessimismo lindo de manhã
ver que a rosa ainda canta
que não está morta
que desabrochou
que sentiu o calor, e fez-se curva
e recusou e deitou os olhos, cansada da matança
e que insistiu em vida, apesar da terra ruim, mal cultivada
do contorno abusivo do vaso,
do solo seco, sem espaço,
da falta de riso.

Que me visita de noite,
que me deixa condoído
nas minha conjunções mal-dadas
que não permite que eu acesse, em seu doce, o delírio
que me reanima,
no coquetel diário dos caça-fazeres.

Não é confusa,
não é reta,
não é certa,
nem é sábia
ou se concreta, toda inteira
me desmancha
na palavra

Pois é
ela é que provoca,
que existe,
que levanta, que abaixa

Não é doce,
não me amarga
é somente dita, não-feita
totalmente péssima,
intensa
de pétalas gagas.


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