2 de out. de 2011

           Consentimento
A impressão boba de que as pessoas que nos sabem, deliciosas, são, quando não eternas, no mínimo centenárias, nos coloca em atormento sem cura quando de cena elas saem, a contrariar nosso delírio. Encaramos que o perpétuo é, como quase tudo, criação da gente; um tempo inventado pra tentar impor um lençol ao trágico; o engodo à verdade triste; o sorriso falseado, que deve ser dado em grande medida, no maior número de vezes, nas mais inoportunas ocasiões, antes de que se venham o choro, as mãos nos cabelos, e os olhos pasmados e bruscos da saudade.

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