23 de nov. de 2012

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Um copo americano

cheio de pinga

é

a última flor

da tecnologia.

Qualquer palavra

ralé vasa >@<

e um equipamento eletrônico

hoje é peça
 
do que o amanhã não se bebe.

Ainda se brinda,

oriunda física,

com ciranda de mãos dadas,

e a menina rica brinca,

minha filha in vitro,

de touchpad no aquário.


18 de nov. de 2012


Esse ódio é do tamanho do meu dedo indicador

de carne, rijo, não se dobra a quem convém

E, ao invés de apontá-lo em sua cara

com despeito e mágoa,

soltei uma de ferro que vazou teu corpo

E foi-se embora

Varando como se fosse nada,

Esse ódio

do tamanho do meu dedo é aço.




Podia-se tentar um dedo de prosa,

ou muitos deles nos grossos fios de pelos

removendo cada peste e fragmento imundo

guardados a sós, nós, em cadeiras comuns

e sem ressentir, vinha tudo em paz

num estalar deles

Mas esse ódio

de tamanho mínimo

é osso.




que há muito tempo fica tremendo a mandar no gatilho

e se acovarda na varanda dos filhos, para que não vejam

e a linda moça à espera tirando a cor antiga com arma química

a lógica da armada, inútil coro de amor à rajada

Indigna escória

o único barulho que se vai em música,

que nem choro

vai abafando

é o estalar deste dedos com a máquina brava

que reproduz, num segundo, tantas pragas iluminadas

e a única cor que decorei em meus olhos

É do meu dedo escuro de pólvora

e dum outro aparando a lágrima. Unhas vermelhas.



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