15 de out. de 2011

Olha só
pensa só
vive só

Só olhos
só boca, só nariz;
sós inteiros vão pulmões
braços, corretos cabelos;
participantes cômodos
da câmara lenta
destes desalentos.

O vagão se fecha
e a minha alma se aperta;
tenta ser, por suor, suposto esbarro
escarro ou contato
um pouco do muito, um pouco dos tolos. O mito oposto

Vou abordo do trem
por debaixo da cidade torta
por debaixo do cemitério
ou do lado do monte de gente
mais ou menos viva, que me sufoca e pisa,
me ofusca e me suporta
na calçada
ou até as porções mortas
das estações finais.
Só e tudo, pronto,
fico brando
choro branco,
desrevoltado.
A porta bendita se abre
e o meu peito já sabe
qual é a sina
da senha da rima falha que segue?
Solidão.
(É só um nome)
(é só um homem)

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