29 de abr. de 2013


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Vampirismo 21

E um dia acordou estranho
e não viu mais o seu reflexo lá
todas as suas imagens
sumiram da timeline;
deslogou,
com susto, pois,
agora era real;
seu corpo
instinto
desaparecera na noite
andando normal
pra ir chupar a jugular da Desdemona.
Sangue verdadeiro.
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28 de abr. de 2013

Nu balanço




Rede
de res
dois corpos
balançando
devagar
da despalavra
sem respeito
começa cá
no chão dos sentidos
deitam-se
chegam-se
balangando o rijo na rede
rindo dele
quatro pernas
e determina-se lá
no abraço
comido
fica-se em suspense
abertas
sem patas algumas
mistas

noturnas
domésticas
que não se domam
retidas no imenso chapadão
da varanda antiga
matem-se
derretem-se
a encher o vazio
vadio prato pra
deleitar
o apesar de frível o sofrer do arfar
aguar com beiços
cocos secos
mulatos,
entrevírgulas,
verdeando claras
pouco demais
demasia
em cada comida
cada bebida
escassa
floresta nua
capoeira
vão e voltam dois
ingratos ridos
derre tidos sem vencer-dor



morte de rien
atados
atrasados
do que já foi-se gelo
80 vezes
água
deságua
no arco do portão
ferrenho
ex-de ferro
desmanche
Rede
de res
dois corpos
baianos
balançando
devagar
curvando o universo
e um cão ao pé
desse altar
a comprovar
a nossa enorme teoria

re de
de
re
ter.

20 de abr. de 2013

Gato


Dedicado a meu cachorro, Hércules

Está na hora de puxar os bigodes do gato

chega de afago!

decidi.



Mas o gato vem sossegado, de longe

com aquele rosto de quem não presta

e não sabe

ser devoto de nada

esconde as garras e serpenteia no pé da mesa

ignora de propósito os meus,

este gato...



Parece ter encarnado esse gato, James Dean,

Dear ingrato, colorido

falsa coral dispersa no seu mato de camurça

ex-meu, de algum punhado de prata que gastei

para provar que mandava no meu reino, minha sala



Gato filhote sempre

sempre aprontando mesmo depois de velho

Vez ou outra captura uma barata

me perdoa, são as andorinhas que nos restaram.



Mais tarde eu trago um mimo da padaria...

porque é mais-que-inespecífico de gosto

um pedigree nem gato das ruas

bate latas, gato-cachorro

nem gato rico, de mulher solteira

gato-gordo;

Tem dentro de si o legítimo compatriota:

Gato pardo, claro, preto

gato malhado

pela contra opinião pública

de ficar em cima do muro, sorrateiro

[resistência eriçada, corrente contínua

é o gato brasileiro]...



Gato estático

na porta do banheiro

me vendo talhar a barba

falsumilde, lamenta silenciosamente

que eu tenha tantos pêlos.

Nem sabia eu,

que o gato tinha

era rinite de mim.





Está na hora de puxar os bigodes do gato

mas, se ele me chega de afago,

decidi?




14 de abr. de 2013



Humor do mundo



Eu olho a passista sambando //e suo por ela//O humor do mundo está aí.//
o meu dó foi extinta com a alegria colorida do carro//
homens alegres remando a natureza do asfalto//O meu humor aí está.
Kleber dançando com a parede//
não é Kleber é Otávio//puxando seu carro pela noite
cheio de plumas// gargalhadas raras
com Laura//
no submundo da ladeira principal//
encontram com um beijo em papel colorido// boca manjada de relho//
Laura pensa ser Dante
pela fantasia de Imperador//
corpo serpentinado//
e há manchas//nas notas de dindin de brinquedo// não há porquê apagar a brasa do farol//
chama que fuma como a Lebre o Senhor Dante seu ódio, noutra esquina
por Laura distante//
que finge ser Dante// Imperatriz na pista
Atrasou na avenida
porque Laura Otávio também perseguira// travestida de Cleópatra
agora de víbora//

Laura trabalha no banco
Dante no supermercado
Kleber é seu nome de branco
é assaltante
parceiro de Otávio
Eles três na fila
pra tratar com Laura
dívidas antigas
Acabou-se a fantasia. Quarta-feira. Sol em cima.
Humor do mundo esta aí.

 

8 de abr. de 2013

6 de abr. de 2013

30 Anos




De coisa que não tem idade, este pop, que parece ter sido escrito
tarde demais para que se datasse, 
e bem perto dos ouvidos atou-se
o Mantra dos descolados.






Acordo Ortográfico


Quero meu anti-inflamatório de volta!
meu difamatório
antiinflamatório direito
a essa língua jibóia e sem noção.




4 de abr. de 2013

Procrastinação do feijão de corda:




Procrastinação do feijão de corda:



Conjuga-se assim:



Eu aqui, faço-me sem lugares e silêncios;

Tu agora: 'fases'

… : omite-se o que é terceiro e péssimo,
      ell, o poema de amor e morte.



Nós,

Os outros mundos sem tantos- 

-e eles, pra depois. A sós, em nós 
 estamos.





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