9 de out. de 2011

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Enquanto Leocádia não chega III e meio (???)

Não só os mendigos ou assaltantes mais gentis
aqui por esse meio centrado, apertado e em lados
ocorre também o sangue, que vai quente como o asfalto remendado
misturado aos rocks negros do esgoto espraiado
Quarta-feira.
As portas se batem
e logo as tampas se abrem
que o caldo fluido fervente ocupa o centro
Eu penso pelas beiradas, das calçadas:
penso em Leocádia.
As travessas e avenidas antigas
se transformam
e se transferem, como o meu mal,
num grande coração doente,
incapaz de dar vazão ao plasma turvo
vindo dos quatro cantos do mundo.
O dia vai aquecendo, se esquecendo de permanecer
vai ficando ruivo, sol-de-fumo, escuro de fumaça,
fim de tarde, o fim e o mundo,
como os pêlos de quem não vejo mais
estes que ficaram vãos, presos no engarrafamento de tudo.
A sujeira deixa aos poucos a aorta infinita;
permanecem e acontecem somente os esquecidos
os que pertencem à confusão do mundo central;
As portas se fecham,
e o coração se desenfarta...




Os que saem daqui,
todos os milhões que me abandonam,
são como sangue venoso,
anti-gangues que não querem roubar,
loucos apenas por uma hematose,
uma troca bondosa de afagos com o vívido encarnado
que se realize num ponto morto da cidade.
Amanhã tem mais. Eu espero.





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