15 de out. de 2011

Lá vai pra festa o Joquim-Francisco-menino
com sua gravata
uma mariposa branca,
um fraque preto
muito spray
um tanto de talco,
um outro de perfume,
um de simpatia:
ele pensa estar na moda.

Um sorriso
acreditem,
um sorriso
em plena Avenida Paulista

Viva à Belle Époque
com cheiro de coque!
viva ao passeio
ileso do Joakim!

Fumaça, concreto
cara feia, cachorro, caninas donas
nada pode deter
a festa de Joakim

Dança
fuma, bebe
namora em sonho
em coisa de segundos;
no mp3, mp4, no pouco pra dois
na parafina sonora das caixas
vai fazendo um blues, um rock, um dance

Entregue à sorte, de meião e pullover do que se esqueceu de depilar
um passeio elétrico barbeia o povo;
uma pulguinha
da vida concreta
fazendo barulho,
chacoalhando as almas;
é a britadeira repentina do self-amor.
A festa é sua, Joakim-homem-rico-vício
Fecho a janela e durmo vingado.

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