4 de set. de 2011

O Tédio me comendo solto III


Uma das coisas mais trágicas de que um dia se pode ser testemunha é o fim da vida de um homem. Nesse instante não há, nem pode haver, espaço para qualquer eufemismo: não é como a porra da luz que se apaga de repente, nem como a tradicional porra que se apaga, aos poucos e sem luz; ou menos como um pássaro que cessa seu voo sem deixar que ninguém veja. A morte é terrível, seca e triste. E vale à pena chorar? Não sei dizer se há lágrimas que possam ser dadas como perdidas em tempos de desespero. Porém, constato que o que se larga por entre os olhos não ajuda a trazer de volta quem à terra fria foi entregue, tampouco minimiza a saudade, esta sim, ainda mais dolorida na alma de quem permanece na porção superior do sepulcro.

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