Está certo que a gente sempre acha ser um pouco mais explosivo do que na verdade é. Está certo. Está certo também que se repete a mania de achar isso em horas em que machucamos bastante o outro, açoitamos ele, até que este admita voluntariamente ser o único culpado pela surra. Depois, como é de costume, açoitamos nos a nós mesmos com mais força que o desespero; toda aquela festividade, aquela cor do infinito prazer de queimar, e dilacerar, e amputar e deixar em cinzas puras e escuras as mãos e os braços, e se possível o espírito do outro, vai dando lugar a um colorido de espuma e lama, em que a chama se vê no espelho, se seduz e ao mesmo tempo se condena; se cobre de culpa maligna e finge uma vez na vida ser o menos, para então voltar a ser pólvora ou veneno, e outra vez colorir, encantar e torturar o seu casinho de dor.
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