24 de ago. de 2011

O tédio me comendo solto.


.Em casa. O princípio nunca varia, é sempre do mesmo jeito. Mesmo lugar, mesmo inicio, mesmas palavras. Mas o frio que corre na espinha toda noite,a minha circulação gelada e as coisas do medo que me toma parecem ser, apesar de esperadas, sempre inéditas.

Mesmo um dia relativamente feliz e calmo, como o que tive hoje, as vezes é rondado por uma tristeza, por um medo, por uma sensação íntima de fracasso, que costumo deitar e dormir pra isolar, ou então disfarçar com um riso bobo, ou com uma música do meu gosto.
Mas ser pego por ela assim, no meio dessa noite quente, deste forninho moral e escuro, é algo que me prostra muito. Me soca na cara a culpa, por ser um péssimo vigia noturno e deixar que este monstro invada; me esfarela em mil o medo de tê-la como uma fina certeza de uma tempestade que possa cair no próximo dia, próximas noites, me inundar todo de novo; me desmancha num chorinho de agulha, calado, de notar que não tenho armas, tato ou notas que sejam boas o bastante para caçá-las, prendê-las, e então ter meu dia de forra, de folga, de uma finita , mas inteira, felicidade.

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