Cada pensada é um olhar só
como vai o da fotógrafa, que registra tudo e ama
e não sabe qual dos dois amores vem nela primeiro,
se o de ver ou o de pensar;
ou o do maquinista,
que em cada ato
em cada parada do trem,
projeta como imagem sua
o seu amor todo proutro lado:
Lado de casa, da família,
se é que ele ainda tem isso,
ou se de tanto ficar ali fechado
não já virou produto passado
filme em rolo ou máquina gasta
a espera de que o troquem.
Horas registro,
horas amo
horas resgato;
se sou máquina, homem ou mulher amada
cada um deles a cada segundo que passa
não me resta outra palavra
que não seja a da foto
que não seja a da lentidão indecisa, magenta,
acinzentada.
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