15 de ago. de 2011

1990


Acaso disse um dia um amigo meu
Que a poesia era a imitação da vida
Expliquei, porém, de volta, e sem voltas
Que a poesia é só o mal
só o queixo do erro
e o erro sou eu,
demasiado eu
a percorrer papéis e espaços
a esgarçar,
tropeçar e forçar
um novo teste eterno pra quem já é velho
antes mesmo de possuir quarenta;
é bula-cura pro calor sem febre
o diploma sem formatura
É ter de dançar sozinho
a valsa sem trompetes, sem a paixão
dos meus quinze anos junto ao peito;
É com cedilha,
ter de grafar,
erroneamente exato,
o coração.

2 comentários:

  1. é uma pena que eu não tenha um estado mental apropriado para comentar esse poema, pois ele é uma coisa. uma coisa.

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  2. Estado mental? Tem , sim senhora. Ôh, se tem...e vc sabe...

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