Vamos Fazer um funk?
O homem da caranga de vidros abertos
do tom do som da música réplica doutra
do neônio vermelho carnado
e sua camisa frouxa,
que dizia que comia mil garotinhas
não come ninguém
engole só o vento que entra pelas janelas
abertas das quatro cadelas da carranca da raiva,
de vidros abertos,
a mostrar obturações
cascas de ouro
pra tentar as mil garotas
a dizer que comeu
o tempo que mil lhe comera
O homem da caranga de vidros abertos
de máximo volume-gasolina
diz que já venceu todos os pegas
e é tão piegas
quando afirma
que ninguém se lembra
fingem a sina:
da varanda, no máximo viu de longe
mas sobe o volume e bebe:
quer ser um homem
insiste que comeu
que venceu
que correu
Mas o tônico uivo da música doida
não permite que nem ele mesmo ouça
e acredite
que recorre a apenas ventos, meninas-brisa
Redemoinhos saídos da sua cabeça. Sobe os vidros:
e
Tum
tum
tum...
Tum
tum
tum...
Tum
tum
tum...
Tum
tum
tum...