29 de abr. de 2012

Um dia na vida.




Às vezes me sinto triste por estar nessa vontade
minha,
e tamanha.
E outrora
de umbigo vazado
por ser todas as horas,
ossos-desejos
de largar arrogante por estar quase
plodindo de mim o mundo.

Eu vi a foto de um criminoso no muro
e achei tão puro
como ele se incrimina apenas sorrindo
e o quanto pensa que encanta...
os cinco números embaixo,
e me faz ter
a lembrança
de que não me caibo no qua-
dro
de crime
de sorrir
de mostrar os olhos...
É sempre muito tarde quando me decido.

Provoquei um guarda,
sem armas, na estação
mas voltei quando notei
o ódio que nos incriminava; segui meu rumo,
Julho adentro de nos entendermos,
no pálido ar azedo de inverno
pra repousar o resto do dia
com essas estórias sem afeto.

Ouvi música aleatória
antes de viajar de vez
pra essa coisa suja e fechada
que é meu pensamento.
Não tive chances de entender any coisa
dessa principal e tão grande
que se tem de jeito obrigatório e breve
como quando está a vida- ela mesma,com todo esse nome -
uma fonte corrente e doce de que se está servindo
sendo boa água ou não...
às vezes seca...
às vezes funda...
tanta e tamanha que se precisa
(e nos afoga)
de graveto pra achar (lá)
gota-una,
ou tomar em copo de barro
com areia ou barro do más
quando enfim foundada...

E, olha,
poluíram a vida nessa cidade,
em cada buraco
é precisão ter límpida
e comprada, portanto,
engarrafada e séptica
a vida-cão. A vidágua.

Estacionei a canina ao quarto na quase noite,
manobrei em frente ao phone:
ninguém liga- ou bem dizer,
alguém deixa de fazer linha,
deixa de se estar.
Toca!
pulso motor ao honesto encanto
tiro do gancho:
é a caridade me querendo dinheiro.
Eu repouso a mão, e sorrio como o crime
com muita pena,
mas alívio
do não aceito
de não ter de dar mais.
Hoje sou eu quem te preciso e espero. Isso não é crime.
Não liga.

Me deito sem adendo
com um pequeno caderno,
e com um lápis marcando qualquer página escrita.
Os dois dormem. Semi-fechados.
Luz sem alma é o que não falta;
Sob olhar nenhum come-nos a saudade
e alguma traça
É o cansaço torto do ridículo em verso. Olhos se fecham.
E Todo o resto é, sem modéstia alguma, tremenda aurora.

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