15 de abr. de 2012

Não conte a ninguém


Não se consegue perceber alguém que ama no escuro

do mundo.

No passeio, perto da distante praia, no meio fedido do povo,

nem quando sorri muito;

é como cruzar com um mudo:

é preciso sempre perguntar para saber se ele ouve ou não a pergunta, e se na sua língua responde

ou a um louco, desses de paranoia mais tímida, quantas viagens à Aruba ele faz por dia,

se está no absurdo do amor.

(Não pergunto, não é da minha conta, fico mudo e doido eu, e me saio, sério, escondendo os meus,

como todos)...

Ou talvez encontrar um analfabeto, que é puro romance, não é belo, mas ainda existe:

ele pode te enganar usando harpas, e dizer que está tudo bem

com o nome da próxima estação

mas é preciso ser mais dele perto, de sua vida,

e ver o drama que é seu

de grafar-se torto 'Juão'.

Discreta,

Quimera secreta,

é assim

sem se contar em TVs, sem luz definida, a paixão.



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