Parte 2. Sessão 001
Para ser assim, Bom
dia, Lianne: desse jeito começa, mesmo sem que eu saiba se é de
dia, que remédios me levaram a aura do exame das horas mais fáceis,
o sabor de doce que eu tinha antes de ter a você e aos outro, como
numa mesa simbólica, me adicionando e me tirando mais pó, mais de
um tal suco artificial, como meninos biricando de cozinha e de
palavra solta no pote: pondo mais, pondo menos nos conformes do bote
só para ver o quanto químico, colorido fica o refresco e se orna o
prato...
Eu também não sei se
é tão bom ser dia de novo assim, Lianne, caso seja mesmo verdade
que agora eu te falo e te escrevo, e portanto simulo que as coisas
sejam e, como num reproduzido otimismo que eu via quando pequeno nos
programas de televisão, que o desejo que tenho em vê-las reais seja
o motor multicores de que aconteçam. Esperança.
Diga-me que, por favor,
no quase dia de hoje que depende de um fio de gelo, que me conhece
pelos olhos, ou então que simule também; se você desejar eu fecho
os olhos e desapareço em mim mesmo, ou naquele outro que sempre
espreita, como se eu fosse capaz de escavar mais em um fundo de rio.
Juro que daí
passaremos a crer na meia vida do comprimido espaço de metal nobre
tomado, e mais ricos, dois, só isso e juro, nesse fingimento de
compatibilidade ternas, onde não haveria mais alvo, e onde se
existisse tempo, esse seria o seu sorriso em saber o quanto não
desconfiar o desengano em não nos olharmos. Terapia.