João não queria
sair.Achou melhor proseguir com aquela pilha de videos antigos, com
Charles Bronson e outro gangsters das armas, que eram estrelas
principais.Os diálogos que se seguiam eram curtos, gritados, e o
volume da tv meio alto; somente a claridade dela acesa.
Bronson possuía, além
de rosto de malandro, um jeitão bem arquetípico, que o divertia
muito: a mesma feição que servia para gargalhar com o olhos de
alguma tolice dos companheiros de patrulhas era a mesma que se
fechava, como o punho, sobre os mal-feitores.Se era pra por qualquer
um contra parede, sacar a lanterna pra fazer economia da coronha, e
fazer o homem gritar a própria alma em verso petrárquico, era com
ele isso, sem muita dó.Detinha, como um farmacêutico ao doente, a
dosagem exata dos seus golpes.Não precisava decifrar, por entre
letras tortas, as indicações médicas, pois tinha intuitivo,
homeopático método.