Shankar e eu, Pt I
Shankar e Eu
no poço do desgosto
eterno
invertendo martelos
desarqueando pregos
para não subir mais:
porão.
Pendendo eles aços nas
claves dos pulsos
como línea de costura
em pano-gordura:
vai-vém. Não descubra
o misto.
Morda o sempre ausente
desejo de ver os olhos.
Moedas em cima do rosto
de Shankar, mas não parece.
Não nos parece a mais
nada, se é cobre ou couro
água ou lodo. Estou
dois em cinco outros cheios lados,
vezes mil
Shankar e eu.
Parte o dia
e a flauta tua
brilha em um outro
mundo,
mais longe do fundo
que a palavra mais rasa
possa contentar.
Eu e Shankar.