CASA
COMIDA
Esta
casa já foi modificada
e
mesmo assim
debaixo
dos assoalhos
intraduzíveis
permanece
o cheiro...
E
não é por falta de que bata sol nas paredes
esse
muito há
basta
virar-se;
e
é muito mais por ser do terreno escuro
esse
odor
que
não é do pé vermelho de pinho, recém nascido
podado
até que secasse...
cujo
espírito vive descendo dos quartos
manchando
toalhas...
não
é...
a
causa de que
Tudo
o que foi sussurrado já morreu
e
só permanece a cor tensa dos mognos;
foram
retiradas as imagens santas de porcelana
O
senhor morto do andar de cima
e
o forro colorido cor arte certeira antiga...
e
o que cheira agora é mata fixa, ainda...
que
por pensarmos ser poeira
declinamos
para debaixo dos nossos braços mesmo
e
não abrimos mais...com medo...
e
mal
muito
de mal, temos ânimo para continuar a revirar mínimos halls
bilhares
sob as mesas
durante
o frio
e
poder soprar de volta para si as cartas jogadas...
faltam
paus e pedras no terreno ao lado
e
só os abraços dos galhos de espinhos cercam o rio
a
cerejeira desenhada, porque sequer temos água
brilha
toda sozinha e humilde.
Nossos
olhos não choram como ela,
e
nem mais se calam na ansia típica de quem se finca
e
sem-final,
não
há abrigo digno,
se
sobram tapetes pra se ficar debaixo,
vivendo
e
carcomendo as vigas?