Eu quero ser mês de Março agora. e começar no Domingo afundado em depressão enquanto o Chevy vai na estrada com vento requentado da Serra de qualquer lugar dessa vida. Eu quero ser todo dia segunda-feira, e me cansar ensopado na camisa pólo de marca obscura; eu quero ser o tempo, que vai congelar com o frio da sala das paredes com fungos quando chegarmos nós dois ao topo do prédio menos comprido da cidade; massa corrida nas nossas veias, emotivas, com fobia do que haverá de fora.
Vamos ser Dezembro agora, em qualquer ponto e sumir enquanto os fogos penam em brincar de imitar a felicidade emulada e fedida que só nós dois podemos saber por entre o cheiro...
Eu quero é ser Janeiro...e brincar de ser tudo enquanto sou ócio com o beiço em seu maço de corpo, pescoço e braço, retalho.
Eu quero ser Julho no seu olho esquerdo, e ver com o meu direito o inverso que é ter completo na metade tua, espelho; outono, spring nua.
Agosto, e eu quero uivar, chorar, ficar doente. Quero, que por todos os anos, sejamos essa multidão de dois nós, Leocádia, e que tenhamos ciúmes mortais desse muito vivo, do quanto nos esbarramos sem medo ou dedos por aqueles quartos eternos dos nossos atos boçais e nervos.Setembro; e eu ainda quero ser começo de Março, Leocádia. Ainda quero.