Eu desisti de escrever a poesia
desta noite por pensar que seja inútil grafar tudo isso. Era um
poema sobre tristeza, como todo o que faço, ou de uma alegria de não
estar fingindo que fui triste, como eu penso. Cheguei de fato a
concluir ele em muito espaço e com esforço de quem tece o passado;
não sei o que dizer, sem ter, martelei tanto e acabei não gostando
do resultado- Essa fome pelo perfeito me cansa. Talvez admitir que
este tipo de ânsia seja um começo meio bom para alguma coisa...Pode
ser que eu admita e considere o quanto eu não sou o que gostaria de
ser enquanto quem escreve- palavra enrolada- um ser mau-suficiente;
ou ainda que eu seja um bom, bem-agradecido, que não é capaz de
admirar o médio-médio, o nada-além que sempre fora ao acaso.