O céu se fecha e a vontade
insiste em permanecer tímida, mas não calada; sei que é ofensa
dizer que por uma vez eu grito, arranho alguma coisa pra cima do
tórax, faço tosse, cheiro, toco o meu nariz, acalento a irritação,
tenho mais do que incomodo e reflexo; tenho vontade de espirrar na
hora certa. O certo não há. Não vem sequer o involuntário do
tempo mínimo entre o ócio e a aflição por estar bobeando tanto,
não escrevendo. Parece que em mim agora é tudo chuva... Mas me
censuro de acordo com a conveniência de ser assim estático... me
censuro de que a chuva é o que amo, ainda que eu teime em querer
matar essa palavra, devido a ser mínima assim para o que não cabe
numa agulha mas fere o mundo com o doce que tanto falta por mais que
comamos ele, o amor. A fome nunca se mata, e insistimos em ter
desejo, em sermos homem, moça, menino, pátria.... Pátria, pois,
porque nos usam do amor também para o engano, a bandeira e a guerra,
onde a paz corre noturna sobre o falso do holofote. Amemos as luzes e
esqueçamos dos tiros... mas a tortura do claro se vai como um
espirro que varre, me espalho espalhando, não me encaixo no perfeito
ébrio do contido, sou infectum.
É que a vida escura me atrai ao
sentido da felicidade atoa, o lado outro dela, quando fecho os olhos
para promulgar o ato, tal como o Norte da bússola numa montanha fixa
e rica, que eu fico girando com a ventania solta, magnética. Eu
percebo cada gota que vem, meu rosto-formiga e é tudo tão contínuo
que não posso deter... Eu dou o nome a cada uma delas: umas verdade,
uma mentira, outra doçura, e a melhor delas, felicidade. Chamadas
assim como em aula, alunas, exército em ordem, desobedecem a lei do
mediano e pertinente e me passam sem que se escorreguem no comum dos
lugares ditos, escolhidos... Me captam completamente vivo e desfazem
a minha célebre doença, de oscilação. Não muda em mim nem um
sentido mais de palavra, o nexo segue o seu rumo, que é o de rumar
de volta para a reciclagem do seu resíduo, dando nos mesmos itens
transmutados em uma raiva, cor, obstrução, volume, intensidade,
consciência, resultado, objetividade, lentidão, processo, ironia,
eficácia, concisão, atrapalhação diferentes dos significados do
início, daquele que nem nos lembramos, e nem me queixo. Queixo de
boca, ou de queixar-se mesmo sem razão, agora um só, quebrados por
um doce maravilhoso feito no tacho do atraso milionário de um
semi-escravo que não conheço, que não se reconhece...As mãozinhas
brancas de vampiro fazem em formato de coraçãozinho malsucedido os
quebra-queixos. Um meu, e um seu, sem que se parta mágoa alguma com
os dentes. O céu permanecendo como sempre quis; nuvens dançando sem
se reclamar das palavras-garças, que por hora de fome deliberam à
pesca do meu siso. E uma página sai.
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