13 de out. de 2012

O céu se fecha e a vontade insiste em permanecer tímida, mas não calada; sei que é ofensa dizer que por uma vez eu grito, arranho alguma coisa pra cima do tórax, faço tosse, cheiro, toco o meu nariz, acalento a irritação, tenho mais do que incomodo e reflexo; tenho vontade de espirrar na hora certa. O certo não há. Não vem sequer o involuntário do tempo mínimo entre o ócio e a aflição por estar bobeando tanto, não escrevendo. Parece que em mim agora é tudo chuva... Mas me censuro de acordo com a conveniência de ser assim estático... me censuro de que a chuva é o que amo, ainda que eu teime em querer matar essa palavra, devido a ser mínima assim para o que não cabe numa agulha mas fere o mundo com o doce que tanto falta por mais que comamos ele, o amor. A fome nunca se mata, e insistimos em ter desejo, em sermos homem, moça, menino, pátria.... Pátria, pois, porque nos usam do amor também para o engano, a bandeira e a guerra, onde a paz corre noturna sobre o falso do holofote. Amemos as luzes e esqueçamos dos tiros... mas a tortura do claro se vai como um espirro que varre, me espalho espalhando, não me encaixo no perfeito ébrio do contido, sou infectum.

É que a vida escura me atrai ao sentido da felicidade atoa, o lado outro dela, quando fecho os olhos para promulgar o ato, tal como o Norte da bússola numa montanha fixa e rica, que eu fico girando com a ventania solta, magnética. Eu percebo cada gota que vem, meu rosto-formiga e é tudo tão contínuo que não posso deter... Eu dou o nome a cada uma delas: umas verdade, uma mentira, outra doçura, e a melhor delas, felicidade. Chamadas assim como em aula, alunas, exército em ordem, desobedecem a lei do mediano e pertinente e me passam sem que se escorreguem no comum dos lugares ditos, escolhidos... Me captam completamente vivo e desfazem a minha célebre doença, de oscilação. Não muda em mim nem um sentido mais de palavra, o nexo segue o seu rumo, que é o de rumar de volta para a reciclagem do seu resíduo, dando nos mesmos itens transmutados em uma raiva, cor, obstrução, volume, intensidade, consciência, resultado, objetividade, lentidão, processo, ironia, eficácia, concisão, atrapalhação diferentes dos significados do início, daquele que nem nos lembramos, e nem me queixo. Queixo de boca, ou de queixar-se mesmo sem razão, agora um só, quebrados por um doce maravilhoso feito no tacho do atraso milionário de um semi-escravo que não conheço, que não se reconhece...As mãozinhas brancas de vampiro fazem em formato de coraçãozinho malsucedido os quebra-queixos. Um meu, e um seu, sem que se parta mágoa alguma com os dentes. O céu permanecendo como sempre quis; nuvens dançando sem se reclamar das palavras-garças, que por hora de fome deliberam à pesca do meu siso. E uma página sai.

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