Lar
do oscilar
é
estar deitado na rede
enquanto
se caminha o universo desconfiado
com
medo de cair no fogo;
o
meu recreio, como sempre,
é
falar o quanto balanço
vendo
o mar de azeite, ora
e
vezes de perfume caro
e
ter a costa de refúgio esquisito
cheio
de suor
para
quem tem água e terra dentro do mesmo barco:
se
tiro o naufrágio da inundação e ponho longe a causa
de
casa, amigo
com
baldes e rápido como um santo que se doutrina são
ou
se salto para fora do afogado e procuro o chão firme
é
tudo cair em areias minhas e só
fugir
da minha tempestade,
ou
abraçar minha secura e renegar o secreto e curvo de ondas
de
ondas
de
ondas
de
ondas minhas, salgadas
é
de se crer que eu não esteja enjoado de mim
nem
do si, que fui tu outrora
e
agora sou eu mesmo de volta;
é
bom saber que o falar assim também oscila na nossa língua
às
vezes se torcendo em nada,
às
vezes desaparecendo sem que nos ouçam na mesma história
marinheiro
ruim e náufrago...
Lar
do Oscilar é achar o relógio muy vago
que
volta sempre antes de mim pro mesmo canto
e
ainda bem sorri quando faltam quinze para as duas do meu eterno
atraso...
(...continua, oscilando)
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