21 de out. de 2012

Saiba

Me dói tanto
troncamentos de flores de gentes novas caídas
ao vento
ou levadas sem juízo ao céu, dizimadas.
Pétalas de pivete riscando a própria árvore
de dançarina vulgar ferida à bala,
ou pétalas de princesa, acidentada no fechar de baile
e o mal-estar silencioso, mímico,
que inscrevi nas minhas cascas impulsivas e frias que tanto requentou ao tempo
As peles das cascas de árvores estão todas gastas
E a febre, como todo o vento que passa
desabala folhas e más ruínas
doces, sólidas, intactas.
Sofrem desprendidas, defuntas magnólias ainda
choram decididas ao caso do próximo norte ser sereno.
E finquei rente à cerca delante ardente rancor de sentido, fronte e marca
colher da colher das frutas
mínimas
não são mais elas minhas
que o chão já carcomeu as mais brutas;
quem sou então,
de tentar eu o máximo podre curvar de esquivo ter-te?
As nozes, as morangas, e de novo às cascas
são ahora dissolvidas...
imundas, dissimuladas num pátio cor de metal
que se reluz pra dentro da própria imensidão, descompasso
desobedece as tuas crias, amor de morte
e as tuas leis curiosas, salgadas
e a brasa que os livros tudo reformam.
Vivemos quentes e moles e achamos tudo isso maneiro
perto dos trabalhos infinitos do mundo bate mais meu coração
diante de ti, que se derreteu em vós, de tantas outras
como Ruanda infectada, saiba.

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