18 de ago. de 2012

Perro no Mucho


Me desculpe o meu cabelo bagunçado
chegar assim e me deitar no seu quarto
sacudir as vestes que o teu corpo já viu
e as unhas deixar nu em couro o seu sofá...
me perdoe também o mau jeito,
meu beijinho desastrado
e meus problemas com a fala.
Estenda-me o tapete após o banho
que eu o torno minha artificial fragrância em cheiro
de novo, de terra.
E quando vais
e vejo te da varanda
faz sereno meu bafo no vidro
que quase digo quando dói-me à espera;
dorme enrolado o meu desejo
meu mau jeito sem volta,
boca ferida. Amestre o meu medo.
Amo,
amo, amo,
onde está o teu punhal
o teu conjunto de ossos retos?
Que de estalar os dedos, jogados gravetos, me levam a ti?
Meu amo
amo
amo,
pronde foi o teu apito
pra te lembrar de que existo?


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