O
sono é litigioso
lítio-breve
e
confuso:
escapa
como se meu ar
estivesse
com a bexiga danada
ou
outra doença porca...
que
se vai pelo ar com meu denso patrimônio
e
dele não consigo me desfazer;
ninguém
é capaz de herdar o amor. Tem-se, ou não.
E
esse meu temor diante dos frascos de vidro
que
dependurados na nossa vanda
vertem
barulhos de sinos,
tintilando
bugalhos do que já tomamos para nos esquecer do frio
que
batem-batem perfectas
ao
vento
murchas
e gastas pelo tempo
não
se enchem mais:
são
como vísceras à venda nas vendas antigas
que
a vigilância sanitária fechara as portas
por
exposição tão vívida de mortas partes...
Que
não nos vigie também e corte o desejo
tal
olho de cobra, de cabra , de alma.
Que
não nos prenda rente o vão da porta!
O
sonho é menos burocrático:
é
a margem demasiada dos estreitos;
não
há brios
não
há riscos sobre as mesas
nem
carne em brasa.
Está
tudo com sabor de mergulho brando
de
Mercúrio a ermo, pino Sol...
estamos
fritos...
açúcar
mascavo
mascotes
de vidro, irreais
o
que quiser... um rio salgado se bebe, até...
Eu,
alisando-a
a
minha lembrança toda inalada;
e
antes que acordemos para o mundo
e
paguemos o soldo do pouso, estilhaçados em coturnos
…
mundo vestido de chumbo,
e mundo tão
contuso,
temos
algumas horas de ninho
agarrados,
sem
precisarmos beber do futuro
e
de se ajustar,
a
preliminar de se abrir os olhos
em
tão violador
e
armado arroubo
son'outro,
o
de se viver!
(Longe...)
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