22 de jul. de 2012

Fiado


Fiado nunca!
Fiado é somente
o fio curvo da blusa que vestes
que por grosseiro fio se tece,
do contar o cajá na semente
o malogrado corpo que deve.

e tanto desconfia tê-lo
que desfia
logo do pelo
e dessa pele fria
(à vista desce).

Fiado somente é a tal da mágoa,
como o fio meio que a rua usa
que de correr tanto no pé a água
em viciada, se amiga e se afunda.

Fiada nunca é a verdade que brilha
no horizonte o grande tesouro
que a confiança a tornou impura :
verdade q'é paga (no ato) no olho
e o fiado, que é pago com jura.

Fiado Nunca!
Fiado só mente:
é um Rio de musa em confetes
que por um psiu mal feito já cede
mas não cumpre,
só promete!
Fiado nunca.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sobre o Autor

Arquivo do blog