Mãos
Como
aquele deus sentado no tempo
com
os olhos cientes em maravilha que já não haviam vidros o bastante
pra
se deixar a luz do ilustre brilho de si mesmo
avante,
braça avante
cair
de contento
e
caçou outra, silenciosa e obscura
e
as mãos dadas douradas flechas
quatro
mãos dadas...
observou
assim quando quis este teu braço comigo ser
e
salgou à semente sua inveja nódoa
e
sendo apenas gente improvável de fundir gravete e tez manca
fez
entre os homens merecer teu circo amplo:
Nossa
relação é sempre de mão dupla
apesar
de você sempre achar
que
sou só uma mão na sua
rua
ladeira
sem apego
em
que vais se embora
e
desce
mas
a mão tua em mim é o medo
já
que sinto-me
vendo-as
saindo também
tu
e ela, como moças independentes, uma alma minha em cada dedo
Esconda-me
do céu para que não me queime aos olhos o sol
e
eu possa sombreado passear meu tato em ti
de
novo
e
não me deixe que eu me sonde e descuide me vendo
indo
ao encontro
procurando
esconder nas suas entranhas os meus erros discretos
os
meus desapontamentos
pra
que robusta seja a voz que se falha ao gesto
e
talvez um pouco de dor
invejosa
e ressentida,
pra
que te lembres que me dói tanto
tatua...
Se
não pretendo que estejam dadas
e
nunca serão
por
que tem tu nelas as marcas de pele menos escura
e
debaixo das unhas pedaços do homem que tem as mãos finas nas mãos
suas, essência mais crua
Segue,
segue o meu destino rei à palma
do
abandono das líneas que formam um desenho de dois corpos,
ás
de espadas :
estamos
lutando nele;
você
caída
verticulada
e infinita
como
um ponto,
e
eu girando em volta, como satélite do nada.
Sei
que fica estranho quando se alonga e se depende
mas
que importa quão eventualmente se rima
mão
com mão
conheças
que eu as preferia atadas
ao
vento ou
pela
cidade, ou como ilegal escondido em um quarto sem tampa
e
as janelas
como
o frio do seu não retorno é o único eterno, porém,
me
afunda o não, quando torna segurar a blusa,
sinto
que devo com vergonha enfaixá-la em bandeira rosa
e
esconder meu amor no bolso.
Tive
de esticar os pés para fazer parar o táxi.
E
Shiva sorriu nesse dia, com o trem do vão do engano dos homens.
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