5 de set. de 2012

Palavra covarde

A libido dos covardes é a distância que mantêm do sangue . É a sanha deles. Gozam o tempo infinito que a juventude e força que o soldado vende sem paga, às vezes de sempre, consigo mesmo em corpo e sacrifício sem saber o que faz. Mata, morre, mata. Perdoai, perdoai. É o que a toga sempre faz com os comandantes. Gostam, juiz e justo, de ver a vida saind'assim, em ordem, do gradio dela. Há paixão demais nisso, pois sabemos e podemos ver de ponta a ponta a via do sofrimento, nesse paraíso televisivo em que esteve tal corpo, comovido com precisão, de tempos em tempos saborear a transconsubstanciação, assim, das mágoas em vinho tinto, e a resolução de toda desavença com síncopes maiores de gestos, torções de palavras, atos, e mais que isso, de intenções. A gente sai cabisbaixa, abalada, toda à balas, tonta, sabendo que no ano que vêm haverá mais cena bárbara. Barra-Al- baás se mistura entre os os crentes e mulheres são apresentadas a ele, ele sempre salva a si mesmo; os soldados voltam para casa... Nada disso faz sentido, nada...é um cassino de sortes, em que os tiros sempre saem para as mesmas peças; parece um grande campeonato de conjunções carnais, caótico e avulso. Mas o fluxo é periódico, e não se envelhece ou morre por completo para fazer parar ele, o nosso objeto sádico. E como o tesão da burocracia é a fila, e sou prático no silêncio que sou quando estou nela, a receber o corpo santo, prefere o que foi escrito, com vergonha, terminar num só parágrafo, antes que retorne o trágico do que já sabemos. Promete não abrir mais o nosso livro sagrado, ser de longe palavra covarde também, só ter começo, e não fim. Amém.


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