Zaratustra,
Parece aqueles carimbos sem
data, que vão repetindo todos, dizer isso. Mas saiba, amigo, que
nesses exatos três anos sem você, ou melhor, nesses dias em que eu "perdi o seu endereço", e por isso aqui escrevo, eu estive melhor do
que nunca, podendo estar melhor que o sempre, no caso da sua
presença. Eu falo em poesia porque você sempre soube que esse foi
meu ângulo pra dizer , e os seus óculos, aqueles seus, sempre viram
isso, e muito bem....E ainda que fazer isso falado fosse tempo e
possível de corpo, você também o sabe como menor seria, porque te
herdo, e me herdou também – sim, eu não poderia deixar de te dar
um trocadilho sujo e barato da cacofonia...
Também não poderia deixar de
dizer que não fui mais o mesmo; sinto saudades e sentirei sempre,
mas não me dói como doeu de início. Sinto que, do jeito que levou
embora parte minha, ficou em mim parte alguma tua, que não sei qual
foi. Certo que foi uma do teu ego Zaratustra, que conduziram ao brio
os meus , Shankar, Sycli e Demian, num grande encontro entre almas.
Saudades minhas.
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