DOR
Acontece
quando estou sentado e me levanto de repente
Ou
quando você vai-se embora, sem aviso
ou
daquelas horas que te falo destemido
e
mesmo ouço alto, em watts, nos meus fones de ouvido.
Decibéis
perturbam
dolores
desgraçam. E tu me rói e range, vai lá, adiante.
Eu
não posso me mover, que tudo trava;
quando
corro ao acaso, direto pro firme, meus seis joelhos
para
entenderem tudo o que se passa
até
se envergam
e
de sentir o agouro, os meus cabelos
os
segredos pretos,
se
roem, um a um, rum à brasa
errados,
com o ponto e o vento em vírgula manca
cabezza
avulsa,
quase
jorrando escura...
É
o medo.
E
se vai, inferna e bebe
quebra
gravetos e inflama
a
casta amarilla garganta
otite
velha e cama...
Pedras
não cantam
merdas
não ouvem
e
ficamos assim, descrentes
a
menos que sobre o lodo barbituro no cofre
e
moedas comprem à flor o truque de se doer tão rouca
como
um olhão-pires no dengo da prosa espessa,
que
se arranca parte
e
se joga sem um coice
à
morte.
Eu
não quero que se sentes mais ao meu lado, a contraprova.
não
me cai solto da rua angústia
do
vice e torto
o
qualquer abraço...
Em
verdade prefiro que volte
e
queira levantar primeiro;
prepare
e ajeite o que vem:
tenda-dor
ao
chão,
a
todo custo, inevitável;
canção
como fole,
q'outrora
fogos no meu peito
chiando
agora, enferrujado.
Dor
por todo o teu corpo.