Kaloo estava superexcitado agora, desde agora; não
consegue dormir; há agitação motora e outras coisas. Se pudesse
falar, não faria muito sentido, seria como um bêbado; Kaloo e eu
estamos profundamente antissóbrios; e luta há para não voltar a se
estar de pé, no meio desse frio; não há clima para que o mau
parágrafo se encerre; ele está encravado e cheio de águas; não há
sequer intenções. Tento, e agora me surgiu na cabezza um verso, em
que a luz de uma lanterna e um canivete salvavam um compulsivo poeta
de seu vício de fazer verso no meio da noite,um ponto no lugar
qualquer da serra: um sonho, dentro de outro sonho, que era mais um
sonho desses...avantes!
Continuo perplexo como não continua a ter nexo o fato
plástico de o sonho e o sonho-do-sonho serem tão longe de mim
agora. A mente de Kaloo não vence, tem fungos crescendo nela. Quero
adormecer como página rasgada, sem me lembrar, depois de um dia em
que começou com a frase errada no couro, arrancada com as mãos, de
cima para baixo, sem velocidade, quando ainda sobram pelas bordas
pedacinhos dela; quero deixar que o relax do mundo me carregue para o
not, para o sem-perturbe universo das maravilhosas ondas dos meus
olhos se movendo rápidos e baixos e eu sequer me saiba disso, com
essa força que tem pra transitar tudo direto para a lata do
esquecido quase-vivo; mas quero adormecer como a própria folha
errada com pedaços de carne, de arte, barbeirando as suas esquinas.
Arrasto Kaloo comigo. E o mundo nele sendo eu mesmo, história, e
eu-página ávida, como o que parte sacanamente, desejando à vontade
ficar para um retorno mais morno, pruma vida ruma e escura... Menos,
menos... menos turva, Kaloo... Canivete e luz, muita luz sendo escrita,
vivida.(Poesia?)