17 de mai. de 2012

Anticoncepcional


Kaloo estava superexcitado agora, desde agora; não consegue dormir; há agitação motora e outras coisas. Se pudesse falar, não faria muito sentido, seria como um bêbado; Kaloo e eu estamos profundamente antissóbrios; e luta há para não voltar a se estar de pé, no meio desse frio; não há clima para que o mau parágrafo se encerre; ele está encravado e cheio de águas; não há sequer intenções. Tento, e agora me surgiu na cabezza um verso, em que a luz de uma lanterna e um canivete salvavam um compulsivo poeta de seu vício de fazer verso no meio da noite,um ponto no lugar qualquer da serra: um sonho, dentro de outro sonho, que era mais um sonho desses...avantes!
Continuo perplexo como não continua a ter nexo o fato plástico de o sonho e o sonho-do-sonho serem tão longe de mim agora. A mente de Kaloo não vence, tem fungos crescendo nela. Quero adormecer como página rasgada, sem me lembrar, depois de um dia em que começou com a frase errada no couro, arrancada com as mãos, de cima para baixo, sem velocidade, quando ainda sobram pelas bordas pedacinhos dela; quero deixar que o relax do mundo me carregue para o not, para o sem-perturbe universo das maravilhosas ondas dos meus olhos se movendo rápidos e baixos e eu sequer me saiba disso, com essa força que tem pra transitar tudo direto para a lata do esquecido quase-vivo; mas quero adormecer como a própria folha errada com pedaços de carne, de arte, barbeirando as suas esquinas. Arrasto Kaloo comigo. E o mundo nele sendo eu mesmo, história, e eu-página ávida, como o que parte sacanamente, desejando à vontade ficar para um retorno mais morno, pruma vida ruma e escura... Menos, menos... menos turva, Kaloo... Canivete e luz, muita luz sendo escrita, vivida.(Poesia?)



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