13 de ago. de 2015

Sebastião


 

Sebastião



Estranho é ser herói
de alguém
Posto que, que gritando ferido
também me rói no chão do padecer
todo o deserto como choro da cara entocada
de um pedestal em estátua de sala; o que merece
o nulo da luta toda, então, além de um suor barato?
Moucos por de trás da porta, sem orelhas, a pedir respostas
fazendo seus rogares de surras
em que a única peste é sussurrarem sem motivos!
Estranho é o ser do herói
com bandejas e tijolos nas mão sem águas
e o velho humano, espírita e cobarde
no escritório de metal e carnes
fica como de cócoras, 'quel'alma isolada
debaixo da última mesa, onde ocoa surdo
o pesar e o acorde consciente da sua puta dor... Cópias de Xerox.
(Todo existir de ser de Sebatião é um horror de não saber; e o não saber
dos tolos que tudo dele-em-mim aqui desejam: sorrisos, curas, intervenções...
Porque pra'lém de toda marcha imperial há poeira e pés bailados,
e é só o povo quem tem amor aos calos... Pois só, cada um da multidão se detesta,
se recrimina
e quer um paraíso em espelho para encanar a víbora vontade … Verdades somem
neste embalo de imagens tortas,
e o fantasma, onde o rei cuida de seu povo
que amamenta o rei,
que não ama nem rei (que é)
nem povo (que o faz)
nada para o mais deleite de estar com armas
e detido na noite, bebendo calmantes
à espera de ser chamado outra e outra vez
e vir com a escova de dentes, entre os entes
para acalmar uns prantos ridículos e incríveis
E não só um, uns tantos
o eu, o ninguém – perdidos – ; mas querem lá
estes
médicos,
mestres
ou o homem que mata baratas, e apague com as mãos de vez a luz,
simplesmente,
como que não se importassem se és tu, (e sou!) Um enorme louco
que só falta uivar de tanto coçar e caçoar dos dias,
ao abrir um riso de século
em gordas latas de refrigerantes.
(à salvação!). 


Juliano Salustiano

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