6 de out. de 2013



I


Coquetel.
mais que isso,
coquetel,
Rafael e
São Miguel
pedem licença
nem queiram saber o que maquina a moral em seu silêncio
Coquetel
Minha morada repetida e mestiça
Contraditório biombo do nosso couro politicamente certo,
Sintético –


Êxtase é tanta
(Faz-se tonta
e faz de conta)
o pensamento só sabe meter fila nas portas do meu céu
e tão acrílicos são os muros, tímidos demais


que eu só posso gritar- te
em quartos de hotel.


II


Caíste do céu ?
Do céu, pois no céu
não se toca batida de funk, de reggae
ou de estacas.
Cri-te tu no salão do monogâmico:
amor e praga,
gêmeos idênticos,
e perdeste a idade contando estrelas mortas
há tantos mil anos;




Este céu
vai cheio de palavras desusadas, notaste
só as têm embaralhadas e nuvens
tudo quando gozas, per vistos, permissivas do nu queixo
no que o tempo te concedes;


Velhos pedem meninas lacrimosas
e, como olhos,se dão sem malícia
nenhuma
vão
viver no céu
a acariciar românticas páginas de e-mails


E sem gosto em em sequestro ficas com tudo lá...
sendo depois de try
cry
e quase die,
secas, porém sexy,
caminham ao meu lastro
quarto de hotel
aonde o amor não se faz...


Orgulhosas,
fingem ver os ratos que te recebem,
sendo que não se fossem familiares nossos vivendo em suspenso,
geração em geração,
geração e geração …
Insistes nos falsos
e investes nos fatos desse asfalto breve
em que andar é sem lógica nenhuma, sobrepor-se – e seu infarto e vasto delírio
espírito
numa caixa de sapatos.


Sei que os cubículos não te negam
e seja mais uma delas,
na estrada estranha...
estranhas?
Prossegue como quem quisesse volta ao céu ;
um show de stand up
stand it down para amarrar o tênis;
a soar tudo uma palhacice desfeita:
eu pintado
nesse quarto vasto
já de rosto no colchão
um aquário de pólvora
e mel …


E você já sabe em finitos ecos
onde eu posso te gritar,
(Leocádia-faz-de-conta. )
em quartos de hotel.






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