A UMA FUTURA ATRIZ
,GAVCHA
Uma atriz, Gaúcha.
Vírgula,
mais uma
suspira
e se pendura.
Sem orquestra, sua voz
salta e com ela
Pulsa com frequência
e ondula com cabelos e fazeres-o-quês.
Morena de lustra Porto
Alegre os seus pormenores, numa caixa de joias
mas quite as costelas
de um homem copiado do que o doído alheio se te adivinhas
Adivinhas?
Divinizas?
morena do baixo
tablado extensão do calcanio, espezinha onde encena tudo
Quem a acena perde os
sinais de fortuna ganha, compromisso e anéis de amarrar vidas em teu
gracejo]
Morena
a cena cala
refaz e emuda;
' morena, se banha com
a luz de coxia e vozeado
onde aprende tudo que
não imitas. Sequer prepara.
Chega em casa e
esquece dos penteados que perdeste?
Deste voz a siba muda
esse elétrico painel automático de mundos ?
Pneumas respiras
elétrica quando te pensas fundo perto do vento ?
Cubra-se nos braços,
que está frio, tenho vontade de dizer,
mas jaz na luz
completa o intervalo em que estaca. Passa com pressa. Morena de luzes
múltiplas, imediatas,
gaúcha e virgulada,
estaca os saltos na rua depois do espetáculo...
Mas eu não sei, não
sei nada dela
e isso podia ser
falado por ela mesma e seus pormenores: mais de quarenta personagens
que se compõem a pulso e febre
passos que de lebres
que ponham célebres dos coletivos mudos, cheios de gente e sem
história nenhuma;
ficas, ficou.
Desdêmona cá, mas já estas viva ali, de novo ...
E puft,
viraste pássaro
desconhecido.
Agora vais passada de
reboque e sombras – é noite de ato sério –
tira num segundo o
gargalo e blanche-
Guerras de Colorados,
Blancos –
Não identifico a peça
...Vim aqui para falar mal do texto e enxergá-la; e só.
Vais atrás de outras
personas, lá na sombra do pé de carne e rosto a rebrotá-la:
usa-as.
Não julgue que seja
assim essa humana de sorte vultuosa uma pétala ou coisa crível
vez que guarda
terapias de redução e a máquina de se rebolar no seu dedo médio;
atente e prove ir
vê-la de Cuia, guria a homem, a depender do desfeito dito. Xinga e
manda-te para a casa do ensaio.
Só que por ser muito
delgado meu olho e a fileira do mundo que ocupo, nem nos vemos.
Pago uma fortuna para
ser submetido mais de alguns minutos.
Estás livre para
amarrar o povo como quer.
Quanto mais solta,
mais impressa e desinteressa o que se diz,
se dito por aquela de
careta pouco fiável
e breve no inox de sua anima, a refletir.
Luz de canhão se
apaga, e
uma certa futura atriz
gaúcha necessita ser um pouco dela; descansar desse giro, entrar em
bancos, tomar ônibus, monotonias, opacar-se talvez;]
dai para dentro é
intimidade, e só a poesia é quem sabe...
Procuro uma desculpa
de voltar pra casa.
Tem de ser mentira
boa,
porque diante dela, o
ausente palco dela,
inserido, inciso dela,
como lei e garfa
dessa mulher e virga,
sou o único que não
finjo estar desfeito.
Juliano Salustiano.
Este obra foi licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Brasil.
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