Pra valer (Rio- Tietê)
Em
dias assim o rio fica frio
como
cactus de águas por dentro e mais nada
Alegre
imagino ao punir a cidade com seu desbrio
Mais
de um console na realidade
sem
redes pra jogar
rio
de verdade
rampas
num rio concreto
sem
ancas
rampas
num rio reto
repetido
sem
plantas
pousam
a mil metros pássaros rasos
e
bolhas ...
(O
tietê é um rio forte
palavra
sem aspas
sem
sentido, de boca de doente)
como
que caminha devagar sob o luxo dos prédios
(mas
é fusco) ...
como
caminha devagar no lustre das pressas
é
lento assim... leito de fato
rio
de verdade, contém o caos
Pra
fingir sem cais o nexo de metrópole
de
fio chato
sem
Seine, sem Volga e sem farol
gargalho
de nosso presídio
já
de noite some sem azul-marinho nenhum
Desde
que vejo o tietê
não
o vejo
só
reta e lux
seta
e luz para longe
e
se deita
dieta
o medo de estender seus braços, que mais?
O
sol se enfeita* para onde vai o Tietê
e
persigo teus sonhos limpos,
nossas
imaginações.
gea,
frio, e nem sol de faca redobra essa água. Faz manha.
disseram
nojo no concreto limpo
rampas
nos meus olhos de frio
cercados
de rio
curiosamente
**
*se
queixa
**loucamente
Juliano Salustiano
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