Eu não quero mais
botas
olhares
óculos
lares, por mim atravessando;
tantos olhos
de rios por mim lavando
para quem eu deva de dizer, com dor
atreva me a dizer, de dor
que a amo;
A minha verdade é uma lâmpada acesa no cais:
eu não posso mais entrar no continente,
nem vazar escorregando pelos mangues e limos
como alma penada
ave sem caneta e máquina de escrever
sou cooptado a digitar calado
debaixo das cascas de lastros um novo país
que saiu errado.
Nada de bom que rime obrigado pode ser legítimo
a não ser que meu ódio íntimo
me reobrigue a gritar,
E o teu nome?
chamar-te assim, no meio em luz onde ficou deitada
Amada dor cintilando em baile de branco
seja o moído que não sobre nada
nenhum dos teus dentes incríveis
pra cujos rangeres eu preferi ser surdo
Ou mesmo na alegria, de ti eu não serei sócio -
eu vou fugir com o real amassado nos meus bolsos
sem medo de ser omisso e só te tratar com fel.
Os declives das ideias vão ficar presos só em mim
para maquinar a qualquer raiva que me possua e não divida
brilhante e solitária
que fique o meu tudo que se exploda como tormento diário;
Um regimento a meia bomba
um gemido sem diâmetro no teu peito absoluto
um dia inteiro a te esperar
como se nada fosse curtir com o sol
quero a paixão ébria de te confundir com os vermes
e veja, enxergar em cada nuvem o risco do teu destino
se despindo como a mudança violenta, mas de costume do tempo
e pouco além disso:
Hoje é um dia que eu olho para essas estrelas ...
como me prestam essas estrelas de cacos
e em algum lugar, uma homenagem tua pasta...
e não,
Eu não quero mais.
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