Branca
Pedra que foi dissolvida
Do Sal
Branca
Pedra que não foi resolvida
Da cal
Selvagem raspe a pele sem culpa nenhuma
Da curva
Despida de chuva até que se
cura
Essa litofagia
De afagá-la
Branca
Mágoa mole velha e dura
Tanto charme até que chula
E Rima nada
Comigo nada.
Só nas fachadas
E nos necrotérios
Branca
Pedra que foi possuida
De Mal
De metal dos ébrios
Escrevo-na bêbado como uma
Pedra.
E sai exata :
Pedra
Branca
ânima
Animada.
Descrevo-a sobre a mesa :
28 a zero
Vinte nove anos
Sem ao menos
Uma pintinha
Preta
Tombar tambor
Sentindo o teu efeito.
Não jogo.
Pedra
Refeita
Não é pedra
É folha de papel.
Reencontro.
E desde já
Só uso cartolina
Pra não lembrar
Pedra branca
Mansa
Onde pousa passarinho
Ouro fino
E memória .
És mulher
assim que eu te largue
Mesmo que eu te largue
Pedra do largo
E vestida mesmo quando nua
Pedra branca
Como a cachaça
Não tem graça saber
Que se repete no poema de
outro.
Escasso tema
Pedra poema
Coisa de corno.
Que tal eu chamar você de
gema
Pra pois Quando amarela
Um roteiro novo ?
Pedra branca
No entanto
No roteiro das minas
Ou de Estocolmo
Existe
E sequer posso pichá-la
Gritar com nome que deveria
Pois malha-a
a chuva
e a luz do dia
como de milha
rica em existir intacta
mais que o debater da minha
litofilia
Branca
Que foi querida
Do tal
Até inteir’ela
Derreter-me a vida.
Juliano Salustiano
Prefiro it, a importunar-te it, sabes. Sei.
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