22 de jul. de 2013

O anti Pro




O anti pro

Estou só. Víbora. Cauda gira. Anjos entre lençóis. E o que há de novo nisso ? Parece que agora a ansiedade domina. Brigo com ela e meu chão vibra, como que chamando um telefone que se esqueceu do caminho de dizer pelo som do ring tradicional da voz aquilo tudo que precisa pra indicar que ainda tem sinal. Queísta, eu sou queísta porque não desaprendi a repetir conjunções, a remoer gente mínima, que nem liga para mim. Não, eu não sou um pobre coitado sobre quem o mundo pesou. Eu sou foda. Tão foda que acho todos os que riem sem chorar uns inúteis e doces. Acho vocês ridículos, ridículos que vivem, ainda enquanto eu me penso e me quero, a procurar do que me gozar. Não falo nomes porque não sou juiz, e porque a moral ofende aos porcos. E seria mitológico lembrar da multidão de asnos que me enojam, sendo destrabalho total chamar pelo apelido aquele nojento que nem direito sabe de si. Vou chamar de Marcos, ou Márcio, ou Luís, ou Carl algo cujo destino é confundir-se entre um ou outro tolete da massa de fezes diárias, quase que como um ponto diário que batem meus intestinos, salvo sob a hipótese de uma diarréia crua, e aí é que se ficam todos unos e doentes, não se podendo dar nome neste, nem diferença tão grande no primeiro, dois casos de merdas ? Veja, veja, veja como tudo se enrolou com o tempo ! É o queismo se apossando de novo da fodedura do cão endemoniado como uma chave em porta. Gira ela! Mas que fode mais que a felicidade tua, meu rei, de foder-te com ela e com a felicidade, as duas juntas, dignas, nuas, gozadas gozadadas, regozadas na felicidade de ver dura, dura, dura cara repintada do gênero do teu sangue. Não queres espalhar por aí teu gênio ? Eu espalho, permita, que eu devore como caça marinha e lance fora como lixo teus ossos, guerrilheiro de sujeira e sorriso … Cala e goza logo essa felicidade burguesa de merda, de homem do centro, de homem do certo, antes que o sol te mate, cão do inferno; que só te salvem teus os gatos que darão graças ao deus dos gatos antigos pelo teu martírio e o sorriso de cu, exitantes dos teus gestos de esbórnia, puto. Preciso entender como me dei à vergonha de chegar aqui; mas que sem-vergonha sou eu de catucar você com osso pontudo, com toda a chatice que me guardo; a dedicatória original ao seu insuportável cheiro me premia.

Antes de matar-te mais dez vezes, procuro deixar saber se não deixei no canto de mim mais alguma raiva esquecida, que isso faz mal, como sabe … Sr. Sabido, senhor You Know Who, descarado habitante de Estocolmo, arabesco rabiscado, mal colocado entre lentes, para achar teu caráter, teu carma quem é que sabe, o bem sucedido até que te mate, o homem que não sou. E é inveja que tenho, tal como Caim a teu Par, sendo que neste caso não há deus nenhum para avaliar e ser o Ombudsman da nossa oferta, da minha trama, do meu olhar suspeito, do vermelho no chão, que nem é vermelho assim no teu caso, mas só um opaco nas vistas e um prazer enorme sobre o teu cadáver … Incompreendido ? Incompreensível ? Não. Só, e na tua espreita. A carabina parece tranquila enquanto o homem do nosso tempo caminha nos bares do Centro, na mira … Tem uma frieza no rancor, e o contrário disso pode parecer é piada. Então eu te imagino mirado na ponta de uma arma de fogo; brasa no jeito de ser seu inimigo; cismo de piedade, porque preciso de paz para parecer na minha alma todo o teu ideal. Sou de paz, agora, por uns minutos … até ressurgir a segunda raiva, segunda lástima, segunda-feira depois do feriado, que vou, eu sei, com apitar do despertador do celular descascar a rotina de escrever diários de tranqueira e sobre tranqueira;

Mas é verdade que quase te odeio com coração todo nas pontas dos meus vinte dedos; odeio com força, mas não o tempo todo, porque os afazeres não me deixam, e às vezes também me impedem maior dedicação as minhas funções fisiológicas. Tenho que me alimentar para que odeie com pensamentos firmes, cagar tudo para que continue a odiar sem constipar-me; um ódio novo todos os dias, no mínimo, para que não me esqueça de que está no meu reto, ascendendo, descendo, indo ao rio in natura do meu país imundo, tudo o que penso do teu existir. Menino assim, com pedras e intifada, te rabujo com arte e por arte, premeditada. O trabalho também rouba um pote dessa raiva; sou mais artista gozando do que tu com um beijo, sou mais gente que você enquanto tu vai a salvar o mundo e me coço de feridas no saco, sou mais arte velho de cama e sem teto do que ustéd todo moço a foder com elas, sou mais artista dormindo do que vós a sonhar e vegetar em vida, no teu apartamento … Toda vez, porém, que observo aquele serviço mais maldito e desatado, sem esperança de se concluir sem que se rasgue por raiva alguns milímetros da costura anal de um monge, porque assim é a raiva, me recordo de que fraquejo só enquanto sem cólera, e então vou vivendo mais, odiado mais, refinando a peste dos meus múltiplos braços. Recordo : há algo maior na grossura do meu estômago, embrulhado, que é o tal do pro, sem nome, embrulhado, que vive no teu peito. Tento transportar o ácido do refluxo desse mantra do inferno até meu coração, e depois para a cabeça, de onde o sinal telepático louco possa encontrar a tua memória e o teu afeto, a tornar azedo, vômito todo tua relação com este outro vômito, pedaço humano que só vive por piedade e nojo das criaturas de menor escopo quais odeiam-te tanto também e deliberam, dia após dia, quem vai na direção de primeiro comer a lasca desse desterrado … Talvez por isso laia e chusma como essa viva por cem, por dez mil, anos , e conservando a mesma pele, o mesmo hábito escroto, hábito de maltratar vulvas, que pode ficar anos a tatear que nada pega além da língua das amantes do esgoto e da falta de sentido, nada ! Que nem o tártaro consegue grudar no teu aparelho de segurar as mentiras que desenhas e toda vitória falsa, que só obtém no casaco do lombo dos teus escravos . Que escravos ? Aqueles que ata pelo amor e que te amam no calor de não saber que são. Te bajulam, e acham em você tudo em que você não há. Mas pobres escravos de amor, de se amar na horizontal e de gemido baixo no apartamento mal pago e fodido, onde o barulho dos motores gozam mais do que o seu caralho, e devagar, com eficiência esporram nos muros claros outra cor ; um botão de camisa pólo, para se jogar frisbe na frente das máquinas que te garantem que ainda vive, como o jacaré na gola da blusa nova, e aquela pressa, sei de quê, até a beira do buraco que até para isso és prodígio, feliz, competidor de ser o primeiro da fila; pois chegue lá então, e encontre o desespero do vazio onde teus olhos não pisquem apenas para apreciar o horizonte do mal. Grite, perca ares, mas, o perdão do reparo : Onde estarão agora os teus amores de açoites ? Vai pensar em ir mais para a frente para terminar com tudo, mas não se soltará do seu chão o pé e o antepé bem calçados, que pisaram por toda a vida em boas meias e te deram todos os gostos, todas as marcas de sapatos, tênis, sapatênis, chinelos e todo o tremelique quando ejaculavas em vida, aquela chatisse rápida antes de mais um dia de trabalho duro numa giroflex anatômica e a mesa do teu escritório tal como uma nave a orar pelo dinheiro mais alto, pelo dinheiro mais alto, pelo dinheiro mais alto … Sou eu quem te quero arrancado de todo o valor. Mas como fazer, se o negativo de que não presta é em fato todo lucro seu, e nem há por onde descontar mais desvalor num ser sem que se produzam ao menos dois novos zeros de ti ? Seria vestir deixando nu o que nem corpo tem. Uma ilógica atenuante para o julgamento criminal de existires . Loucura, pensarás. Mas tudo por causa de uma dama, senhores ? Podemos negociar isso, vão dizer aquelas vozes do coro moral, ao qual pertences tu também. Se não é louco de deixar que pense de mim mais do que pretendo, não é loucura também ? Pensas ? Eu não acredito, já que sou louco de olhos e ouvidos outros, não deixarei que o bode expiatório tenha acesso a meus dias de piedade, de hesitação, de desleixo, de falta de azedume, uma vez que dedico tanto tempo a te calcinar pelos trejeitos vazios da minha ira repetida, ambidestria mula para dar um coice, relinche mordida … ;

Mas se estou louco, deixa-me fingir mais de uma vez de louco para te chamar de cu enquanto minto que alucino, deixa; deixa eu chegar bem perto do teu ouvido, já que não te conheço, e cuspir meu nojo todo, já que se trata tudo de fingimento, de ficção … E quando estiver dormindo, implantar uma bomba no teu travesseiro, no teu pijama de puto, deixa; me deixa chamar de viado o jeito com que come tua amante, o jeito que a comerá ela aos sábados depois de festa sendo tua esposa, e o jeito com que comerá os teus filhos sem que ninguém saiba, pedófilo maldito, fedorento, cascudo da casca só o couro e do couro nada, um porco … Assa a sua carne no sol das redes sociais, dos computadores, dos traços da arte infanta que copias sem nada novo, filho do satã da pós-modernidade, bastardo sem nome e nada mais … Ojerizar-te tende sempre à luxúria ao medo de te pintar com as cores de uma bosta que não mereces, ficando a bosta frustrada comigo e eu mal quitado com a merda por ofendê-la tanto ao usar ela no teu molde de outro lixo; se sente descaracterizada a merda com que te gozo, já sendo preciso usar mais merda para que não fique magoada a merda de antes, sumindo tu em merdas semi-tristes, e eu a penar pelos dias por elas que te recobrem e se sacrificam ;

E dói de doer tudo o que penso que se dói, e o que não penso mais também. Lamento sem motivos a dor dos cativeiros procurando cela. Não vou preso em canto nenhum; canto da sala com jet set não pode ser tortura. Presunto fatiado, álcool e vento. Nem odeio mais …. Odeio ? Ao menos quando escrevo que não odeio, nem. Assim acontece com quase todas as ideologias, e assim faço contigo de um liberal à prisão em segundos … Agora posso repartir o pranto com o mudo da CPU, o criado que encosta no seu disco todas as memórias amargas. Dou um sossego para os nomes doidos, doídos; só não desapego da repetição porque é esse meu limite de ser e falar. Talvez eu tenha nascido é duas vezes, visto a luz do mundo na sua física dicotomia; uma hora uma onda que encantou meu choro, e na outra, a pequena partícula que descoloriu minha retina; pretendi naquele dia que iria economizar meus olhos … Fecho de vez em quando e ainda se queimam … Duas vezes, de acordo como são pares … E são pretos, mas tão fracos quanto os outros. E assim falo duas vezes as mesmas noias, para-ideias não decifradas, e fico longe esperando uma nova fonte para refundar ela, afogar-te nela e ficar menos sedento; só sossego se for amigo do silêncio do rosto, da rigidez dos braços e pernas, do fim dos olhos e das lágrimas, sob lágrimas, com alguns pedaços roxos do corpo, tal uma ameixa na calda, e viverei para devorar-te um gomo, duas vezes não serão todas as que posso te garantir em que te desejo ver em morte. Mas duas vezes são as que penso e desisto, me apegando a delícia do processo : cai sem nenhum tiro o veado doente. Os olhos estejam aí para apreciar isto ;

E se tem um espírito de escarro, sem audácia, só maldizendo baixo, no escuro, de repetir o teu nome numa esquina sem luz, um vasto discreto, bebendo azedo num copo de água, cuzão de toda audiência, saiba que está ele olhando, pensando, a ser totalmente o contrario de tu; e duas, três vezes, porque não sou de desperdiçar remorsos. Fica mais uma vez, para eu torcer que tropece e quebre o braço; e se um pescoço desconectar você do mundo, fazer ir tudo desligando subitamente; me deixaria com dó infernal ver tudo de repente em tua morte, nesse quesito ela parece ser muito injusta, pois é para sempre a imagem do que não posso vingar de novo, só em pensamento … E chego a te perdoar por amanhecer em meu caminho. E se tivesse você sido interrompido durante o tempo no útero ? E se eu tivesse ido assim ? Não teria o mal de te dizer, nem de pensar em ti, nem de tecer nada para gorar o seu possível final. Fico longe, menos magoado porque já deletei todo meu mundo, e meu mau-humor vai na tua empresa, no teu escritório, no teu relatório de como é bonito e fidalgo do sons dos ecos do nada, ou em cada comentário devagar e escuro que fazem no corredor aqueles que conspiram contra o teu sucesso, vil otário. E se o just in time refez o todo, o meu desejo é ver o teu sofrimento automático, em linha de montagem, e se aliene totalmente o resultado do teu aborrecimento. De onde veio aquela bala? De onde veio aquela vontade enorme de ficar paralisado sem criar nada ? E a sua barba a crescer ? A falta de pau e de saco bastantes para fazer nascer mais que dois pêlos ralos no queixo, insuficientes – O primeiro homem a ser insuficiente de saco – a falta, sim, de hormônios de gente em quem é tão justamente gentil faz através do tempo e do acúmulo de descaso consigo mesmo a denúncia de que paralisou-se tudo. Vais ver, meu rival glorioso, nesse tempo de velhice que chegar, que de estático eu sou quase velox, Ajax, e que a minha letra terá canto em outras casas, outras esquinas, penetrando com suborno outros ouvidos, e a tua ? Proscrita, passada no ganho do amor do teu seio, notórios contratos vencidos, cumpridos, nem se lembra mais deles … Eu duvido em assinar, em quanto isso, minha completude, meu divisor de notas, porque o mal e a maledicência dele derivada é uma empresa sem lucro, cujo prejuízo só se justifica pelo prazer em detestar medianamente o abuso da existência do inimigo, além do cotidiano, além da força comum para se mover uma grua. Mas é discreto como o vento qualquer sentimental raivoso de rancor; o seu ácido pinga no funcionamento do ar-condicionado e só faz arruaça quando está perto do colapso; nessa hora sem-fortuna, ao invés de uma grande explosão, raios de fúria combinando o luxo divino da ira de Zeus , Apolo e Xangô; nada. O tremor maior vem na hora depois do pôr, em que caminha com sua dama na calçada, free, e um blackout deixa tudo escuro – poder do curto que deu minha picuinha em ver-te com ela – E nesse oculto lapso de odiador e odiado anônimo pode haver a desforra, e me basta só o acontecimento de que tremas sem me saber sequer da existência, de alguma peste de ansiedade, ânsia de vômito injustificada para que eu comunique com felicidade, a primeira vez em séculos de linhas escritas, que a possibilidade de aterrorizá-lo é mais importante que o terror concreto em si. Persisto discreto, mas eficaz. Das mãos que perdem o contato com a amada e da voz que não sai esbarram sempre aos limites da minha umbra, que te cerca. Queismo mata queismo. A cidade virou mata …Rios imundos, chocalhos, chocalho e botes;

Aceno. Lençóis. Estamos um de frente pro outro. Sucuri. E o meu movimento em falso. Temos um rolo agora. Quem eu sou, se te engulo e te quebro ? A raiva de ti é uma pena, porém é grande demais para quem não fala em línguas de veneno. Mas é tudo ficção, e tudo doce . Só tens sentido se fecundo com esse teu mau gosto de fecundar o meu certo afeto antes de mim, e te gesto, até te repelir para fora da minha carcaça de cobra e notar, que como bolo de entojo é mais engraçado do que seria se fosse matar a minha fome. E não existe mais nada além do anjo do seu horror, que eu sou. Eu sou o rolo do licor do seu inferno. Anti Rigor. Anti quanta. Anti Pro;





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