28 de abr. de 2013

Nu balanço




Rede
de res
dois corpos
balançando
devagar
da despalavra
sem respeito
começa cá
no chão dos sentidos
deitam-se
chegam-se
balangando o rijo na rede
rindo dele
quatro pernas
e determina-se lá
no abraço
comido
fica-se em suspense
abertas
sem patas algumas
mistas

noturnas
domésticas
que não se domam
retidas no imenso chapadão
da varanda antiga
matem-se
derretem-se
a encher o vazio
vadio prato pra
deleitar
o apesar de frível o sofrer do arfar
aguar com beiços
cocos secos
mulatos,
entrevírgulas,
verdeando claras
pouco demais
demasia
em cada comida
cada bebida
escassa
floresta nua
capoeira
vão e voltam dois
ingratos ridos
derre tidos sem vencer-dor



morte de rien
atados
atrasados
do que já foi-se gelo
80 vezes
água
deságua
no arco do portão
ferrenho
ex-de ferro
desmanche
Rede
de res
dois corpos
baianos
balançando
devagar
curvando o universo
e um cão ao pé
desse altar
a comprovar
a nossa enorme teoria

re de
de
re
ter.

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