Dedicado
a meu cachorro, Hércules
Está
na hora de puxar os bigodes do gato
chega
de afago!
decidi.
Mas
o gato vem sossegado, de longe
com
aquele rosto de quem não presta
e
não sabe
ser
devoto de nada
esconde
as garras e serpenteia no pé da mesa
ignora
de propósito os meus,
este
gato...
Parece
ter encarnado esse gato, James Dean,
Dear
ingrato, colorido
falsa
coral dispersa no seu mato de camurça
ex-meu,
de algum punhado de prata que gastei
para
provar que mandava no meu reino, minha sala
Gato
filhote sempre
sempre
aprontando mesmo depois de velho
Vez
ou outra captura uma barata
me
perdoa, são as andorinhas que nos restaram.
Mais
tarde eu trago um mimo da padaria...
porque
é mais-que-inespecífico de gosto
um
pedigree nem gato das ruas
bate
latas, gato-cachorro
nem
gato rico, de mulher solteira
gato-gordo;
Tem
dentro de si o legítimo compatriota:
Gato
pardo, claro, preto
gato
malhado
pela
contra opinião pública
de
ficar em cima do muro, sorrateiro
[resistência
eriçada, corrente contínua
é o
gato brasileiro]...
Gato
estático
na
porta do banheiro
me
vendo talhar a barba
falsumilde,
lamenta silenciosamente
que
eu tenha tantos pêlos.
Nem
sabia eu,
que
o gato tinha
era rinite de mim.
era rinite de mim.
Está
na hora de puxar os bigodes do gato
mas,
se ele me chega de afago,
decidi?
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