11 de jan. de 2013

Eu e meu notebook, meu notebook e eu


Para que quero te libertar

se não te ponho junto a mim

mesmo que esteja me gastando em forças sozinho

não me vem ao colo

com seu calor espezinho?

E para que tateio com força

delicada espessura

se sei que se move carinhosamente

com menor enorme dos toques?

Com fineza e brilho

vejo como vidro teus olhos de espelho

e me dedico a dedilhar tuas lágrimas

e enxotar a poeira com delicado ato.

Que com cuidado faço inventário do tempo

que as unhas sujas e frias repousam teu tormento

e volto a cuidar de ti e limpar te com elas mesmas

mais limpas que o desejo de conter te em mim

caco a caco

e com energia o tato vivo dos bravos cabos de aço

masoquismo elétrico atômico... Híbrido da carne e do aço




Fecha logo os olhos,

pálpebras pretas não-maquiadas que não choram;

aniquila dessa luz a vida por um instante

até o presente mal que tenho de te levar pra cama

e cause de novo o casual de te ligar à vida

através do viés dos botões de camisa... tão bem pregados

que a um toque

….Se abrem ….. isso não se demora

flores pretas, amarelas, odores

e dentro de ti escrevo mais uma coleção de histórias de sim e não

ou delirando sobre o vinco do teu couro vou deslizando o todo

do corpo das mãos que se derretem em nossa face confusa com a luz do mundo que nos casa

do certo e do incesto, tragédia, veias histéricas, histórias loucas

máquina de fazer com que se ame amar falar de amor

mesmo que seja só grafema, como é o todo confesso

a forma e a cor compensam o dilema

no meu abraço contigo

a febre que lentamente se desfaz de ti e me toma,

e eu te abrigo,

a saber que o teu bafo readmite

sem precisar (de fio ou) de corda

nítido

preciso comando

de precisar-te. Ligando-nos.



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