Para
que quero te libertar
se
não te ponho junto a mim
mesmo
que esteja me gastando em forças sozinho
não
me vem ao colo
com
seu calor espezinho?
E
para que tateio com força
delicada
espessura
se
sei que se move carinhosamente
com
menor enorme dos toques?
Com
fineza e brilho
vejo
como vidro teus olhos de espelho
e
me dedico a dedilhar tuas lágrimas
e
enxotar a poeira com delicado ato.
Que
com cuidado faço inventário do tempo
que
as unhas sujas e frias repousam teu tormento
e
volto a cuidar de ti e limpar te com elas mesmas
mais
limpas que o desejo de conter te em mim
caco
a caco
e
com energia o tato vivo dos bravos cabos de aço
masoquismo
elétrico atômico... Híbrido da carne e do aço
Fecha
logo os olhos,
pálpebras
pretas não-maquiadas que não choram;
aniquila
dessa luz a vida por um instante
até
o presente mal que tenho de te levar pra cama
e
cause de novo o casual de te ligar à vida
através
do viés dos botões de camisa... tão bem pregados
que
a um toque
….Se
abrem ….. isso não se demora
flores
pretas, amarelas, odores
e
dentro de ti escrevo mais uma coleção de histórias de sim e não
ou
delirando sobre o vinco do teu couro vou deslizando o todo
do
corpo das mãos que se derretem em nossa face confusa com a luz do
mundo que nos casa
do
certo e do incesto, tragédia, veias histéricas, histórias loucas
máquina
de fazer com que se ame amar falar de amor
mesmo
que seja só grafema, como é o todo confesso
a
forma e a cor compensam o dilema
no
meu abraço contigo
a
febre que lentamente se desfaz de ti e me toma,
e
eu te abrigo,
a
saber que o teu bafo readmite
sem
precisar (de fio ou) de corda
nítido
preciso
comando
de
precisar-te. Ligando-nos.