8 de ago. de 2017

Brega



Brega

Achei que fosse um desmaio
Mas era só uma nuvem passando frente ao sol.
Isso é brega.
Imaginei ser um terremoto,
Mas era apenas  a fome apertando os pés
Sonhei que pudesse amor,
Mas era o frio na espinha
Mas o ônus de me enganar foram os filhos e os nervos da Glia.
A natureza é brega
Como os rios que de curvas
Se interrompem,
E se carregam.  
Perna deformada, unha feia e mãos com fome,
Conforme-se
A natureza é delas, daquelas,
Da queda,  é brega.
Casa comigo, vou morar com você num sítio...
A natureza é brega
E a fisiologia dos convites também.

Pensei ter uma felicidade
Mas era só coceira nos arcos da miséria
Sim, pode ser só ânsia de comer sem doiduras a paisagem,
Pode ser só meu ciclo mensal chamando a sangue ou a raiva
A natureza é brega
Por ser tesão de graça
A natureza é brega...
Só que a decisão do saber antes fosse minha
E a dó dos bichos também não
A natureza é brega
Tem o seu tempo
Trabalha contra o bonito da vontade  
Cerque o rico, mine o campo, explosão tudo, que nada a vence. Brega.
Pensei ser opinião, mas era um surto, um mau jeito.
A natureza é brega e se revela sem casca.
Padece que tremendo o bote
Balanga o peito, trovoa e chove
Sendo porém sós
Tão envolvidas lágrimas limpas
Aí certeiro!
Cemitérios
Que a natureza é brega
Fora de linha
E nada bolero toca de si.


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