30 de mai. de 2016

Casamento coletivo




O casamento coletivo

No casamento coletivo os casais não comparam vestidos.
Compartilham o rito
De esperança nua alguma. E lá quem precisa? É o papel que precisa estar bem passado.
O casamento coletivo tem um incerto aperto
Todos sãos.
e todos não são
convidados.
A vida, mesmo a de hoje, pode ser curta
Una-se a uma então! Decidem e
Várias dunas de roupas sorvem em
Fila
dum simples vão
para si todas, o mesmo chão
debaixo do mesmo dia:
Os flashes estão pra chamuscar todas as damas de honras
filhas e sobrinhas, e até cunhados de alguns netos adotados e crescidos.
Pode ir de rosa simples, não terá modelito de estouro.
Pode vir de artificial, que o interessante é esse brilho
Nos olhos mútuos
sem a farsa romântica da mesa pronta
na graça crônica do amor já conhecido
lugar de nada mais ser afronte ao sincero
onde se choram enfim o dos finalmentes
Com a necessidade do ato prático pode se beber também o sonho
é o que nos provam quando de frente para o sim...  
Esse tipo de união traz no aceite os anéis do agora e o que sempre foi
casamento coletivo
de meninos fazidos
de algum gato, cachorro
e até marido ...
No casamento coletivo nós e laços de sapatos alugados confiam às mãos a firmeza que vai enchendo no emprenho e brio calçado cada ruta das linhas
e pronta está para sempre a vida que já existia.
no mundo onde todo o mundo já viu o beijo.


Juliano Salustiano

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