Já no mar, Janaína não pode ameaçar ninguém. Do mar,
Janaína não pôde ouvir três séculos de dor de calçadas de seus seguidores
tristes e broncudos, nesta terra americana cuja parte mais gostosa tem o seu
sem número de rostos de praia deitados em direção à África; África que talvez
nem resida mais no palácio tranquilo do sonho, não se sabe ... Sequer falamos
dela; enchemos o bucho de África e não vivemos, não sabemos nela... Seria
trágico se África não nos desse mais ouvidos também ... Já longe-mar, e diante
de tão pouco proselitismo, da resposta muda de quem não dá nada além de
esperança, eu estarei por hoje com os Orixás perdidos, com os caldos marítimos infinitos
da Rainha. Amanhã, quem sabe, isso passa e eu volto para minha canalhice agnóstica
e urbana.
Juliano Salustiano
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