Juliano's
Thought – Duplo simples e torto. 93843281938149302000233#
Eu
não preciso enxergar para me inscrever no dia
na
minha imaginação eu desenho no marasmo da tábua fria – eu
resenho a vida
troco
as tintas e imunizo a vista e desfixo
dos
deveres pro belo, vou proibido e arisco
do
meu réu prazer sem culpa
ignorar
inesperada insatisfação que pula
de
coração,
em
coração
a
meu coração … Há um coração
Cheio
de alertas no que peço, do que espero;
Falta
tradutor para traduzir o certo
e
certezas por inteiro para se traduzir
já
que não se sabe quanto conformar de perto
sobra-se
muita maquiagem a produzir
Maquio
com os olhos, péssimos e brilhantes
de
quem já cego pelas canseiras de antes
noiva
infesta e borbulha através do mundo
toda
a minha cara e braçadas n'água a me alastrar o rumo
Tanto
seguro, no dorso lúcido da cidade;
tanto
bruto no porto inseguro da vaidade
futuro
de novo ( a ver-se da quina no cais)
o
profundo, velho e sujo das calhas e corais
Renovado
no tempo dos que não sabem
ele
e eu, alma e couro que não se cabem
vivem
plurais de um enorme e só, Juliano
em
acessos de surf e jangada de um engano
Menos
nau
menos
mau, se não for pelo imerso,
que
não derivo como barco honesto – boquiaberto
rezando
fé por um vento primeiro
o
que a palavra me der por sobra e inteiro:
a
rebeldia à toa das contas de me possuir
em
rio valente – absurdo – e aberto, que é existir.
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