3 de fev. de 2014

LU


LU   A



Noite e ela, esfaceladas,

Lu em minha consciência

acende um fósforo em

noite e luar do lado esquerdo da janela de minha faculdade; milhas de

mim.

Sob Lua tenho de dizer, a que sobre ella

uma mujer que eu vi de terror e sombra disfarçadas

fazendo poesia morta para conquista dela tudo, de duas, e três que se misturam:

foi premero Longa e nova,presa e risente

depois broncha,como escova, e longa, seus cabelos, cheia

até os dias da minguada surpreendente de seus nenhuns cachos, afastos

e cortes, morena branca, de cactus nos rostos, cheio de furos

súbitos de quem gargalhava de sumir,

e eu vante por por de trás dela...

e negro em volta,

esperei sair na varanda

para minguar devagar também de suas cadeiras, cabeceiras do teu corpo

Trouxe as brejas e o fumo;

não pitamos -

O gelo não demorou a se derreter

O seu choro largou naturalmente

depois que obrei seu pescoço com escadaria e andaime ...

e eu perguntei se olhos pra quilos eram, tanto peso

Lu, sem maquiagem...nem pra me borrar

nem pra me explicar

com Mirra

o caso de minha língua ter ferido seus tratos

do desespero e censura que faria

talvez riria

ou me assombrasse com a luz dos postes dos caros carros nos olhando

e garfas de cerveja barata

frias como teu pescoço e ombro

frias como teu jeito sem sol

e não conseguir desvirar ela

desvairar ela... a sua sincronia

fria...

em me deixar na cor do dia e a madrugada solitária ,

vindo-se:
 
enquanto eu caminho para tomar o ônibus turvo

nem pra trás eu olho...

nem pra cima eu olho....

que Lu é nova

do outro lado da rua....
 
doce é amar o que se regride....
 
e ficará tudo nublado de repente.






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1 de fev. de 2014

Caça




Caça





Está terminando Janeiro

é tempo de caça às mulatas …

os vestidos já estão quase prontos,

descompridos,

são de vento e tapa sexo

O Seu quadril bem tipado, examinado fica

como pistão de uma máquina a vapor

suada,

seu combustível é a luz vermelha da câmera...

até ficar cansada, todinha, por dentro

a nossa mulata

Vai laçada de corda, cordão frouxo

os cachorros babam e estão soltos

em seus peitos,

ela pois esta livre

no meio do povo

cheio de veneno no olho

querem olhar se é legítima,

querem fotografar...

sabe posar?

Tem dentes tratados no mês de de Dezembro, vê-se.

Brancos.

Unhas dos pés bem feitas como a garra da Águia do México

parceladas;

tem que ter bumbum de ouro também, tem de girar

e o seu cabelo repica no meio de luzes temporárias

e as porcelanas firmes e finas encantam o camarote Brahma

foscos de flashes que lhe fazem cair as lágrimas e fulores no chão

serpentinas teu corpo no chão

serpentinas lustres, dos altos dos sapatos

hão de ser abandonadas com o dia da varreção da conlurb

Até que termine a temporada

e a luz mal paga das roupas cheias de babados

e vassouras e escovas permanentes

cubram seu gingado e se esconda junto com o carro ...



E pedem, devagar, agora, que se vistam suas armações, suas canelas secas

seu gliter sem fome;

os cães retornam às coleiras

sabem que isso não é original pois lamberam tudo;

tem mais caças por fazer

e até a marginália cheira

quando a caça vai-se fora pelo rumo das pacas

com suas duas coxas, duras no escuro sem brilhar,

peida o barulho de escapamento de moto do seu lado e diz: preta! Sobe aí!

Ela aceita, porque a rua é estranha e matagal...

o lugar é tão estreito que melhor não recusar de esquisitos boa fé

e lembra-se da larga avenida

não consegue abrir o sorriso

se retoma de filhos



da falta dos sisos

dos pais mal escolhidos

até se esconder

nas suas fotos de menina-homem

batendo lata e matando frango … no beco do adeus



de molho

de volta

com as chaves de casa

balançando

tique-quicke-tique-quicke-tique-quicke...



ao seu barracão, lá longe

Está terminando Março; e anonimamente ela.
Fonte da Foto:  Jornal Extra Ed Online, 09/03/2012 :

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